O mercado de juros teve reação tranquila à saída do diretor de política monetária do Banco Central, Mario Torós, e à indicação de Aldo Mendes para substituí-lo. A repercussão foi mais evidente nos contratos de curto e médio prazos, com vencimentos até janeiro de 2012, que mostraram recuo firme, e os longos rondaram a estabilidade na sessão.

A queda foi atribuída à percepção de que a linha de atuação do novo diretor não deve ser tão conservadora em termos de política monetária quanto era a de Torós, embora o perfil de Mendes ainda seja desconhecido. Com isso, os prêmios para elevação da Selic no primeiro trimestre de 2010 foram em parte devolvidos, com a curva precificando alta da taxa básica a partir de março de 0,5 ponto percentual.

A reação amena só está sendo possível graças às variáveis macroeconômicas bem comportadas, ainda que a piora na área fiscal traga desconforto. "Os dados de inflação benignos têm sido muito importantes, assim como as expectativas de inflação dentro das metas. A atividade cresce sem gerar inflação, o que parece o melhor dos mundos. Até quando vai durar não se sabe", disse um gestor de renda fixa.