Economia Titulo Seu bolso
Feijão é encontrado por
até R$ 7,89 no Grande ABC

Alta de 7,14% em apenas uma semana é maior
do que a inflação acumulada em doze meses

Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
24/05/2013 | 07:29
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Denis Maciel/DGABC


O feijão-carioquinha virou artigo de luxo na região. O preço do pacote de um quilo ficou 7,14% mais caro de uma semana para outra. O aumento é superior ao índice de inflação oficial, de 6,49%, acumulado em 12 meses - IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Nesta semana, o alimento, bastante brasileiro, está custando em média, R$ 5,85. O menor valor encontrado foi de R$ 4,99 e o maior, R$ 6,99, segundo a pesquisa da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André). No entanto, o Diário pesquisou o item nos supermercados e encontrou o quilo sendo vendido por até R$ 7,89.

A nível de comparação, em 2010, o alimento também foi o principal vilão dos carrinhos de supermercados, acumulando alta de 107,61% naquele ano, passando de R$ 1,97 para R$ 4,09, em média.

Entre os motivos que levam o feijão a ficar mais caro está a quantidade de áreas plantadas. "Como no ano passado o item ficou mais barato, muitos produtores deixaram de plantar o grão para cultivar milho, por exemplo, que agora é colhido em abundância", explica o engenheiro agrônomo da Craisa, Fábio Vezza De Benedetto.

Conforme antecipou em março para o Diário o diretor da Bolsa de Cereais de São Paulo, Rui Roberto Russomano, disse que a tendência era de alta no valor do grão. Segundo ele, o fato de o produto ser uma leguminosa, acaba deixando-o sujeito ao clima. "As chuvas em excesso no início do ano prejudicaram o plantio e a colheita. Ao ficar muito úmido, o feijão fica escuro e começa a formar carunchos, isso deprecia o produto, restando poucos de boa qualidade no mercado. É a lei da oferta e da procura. Os preços vão lá em cima", destacou.

Por outro lado, a estiagem na região Nordeste - importante área produtora - pelo segundo ano consecutivo está comprometendo a produção do grão. De março para abril, a estimativa de colheita de primeira safra caiu 7%, principalmente, por causa do fraco desempenho da cultura no Ceará (-38,1%), em Pernambuco (-18,9%) e no Rio Grande do Norte (-1,3%).

O encarecimento do feijão pesou no orçamento da família da manicure Rosana Assis da Silva Marques, 29 anos. Moradora de Santo André, que mora com mais sete pessoas. E para dar conta, sem gastar muito, tem pesquisado no maior número possível de supermercados antes de comprar o alimento.

Em Diadema, a situação é parecida, de acordo com a agenciadora Shirley Messias Pereira, 30 anos. "Para mim está muito caro, onde compro está a quase R$ 6 por quilo. Meu marido adora feijão, na verdade todos nós gostamos", desabafou. Em média, sua família consome cinco quilos por mês.

A dona de casa Leude Francisca da Silva, 55 anos, de São Bernardo, teve a mesma percepção, mesmo cozinhando, em média, um quilo ao mês.

Uma alternativa é trocar o carioquinha pelo feijão-preto, que custa R$ 4,59, aproximadamente, o quilo.

CESTA - Nesta semana, o preço da cesta básica no Grande ABC passou de R$ 441,19 para R$ 440,33, o que significa economia de R$ 0,86. Assim como o feijão, o quilo da batata está mais caro (8,21% - R$ 4,35, em média).

A cesta não ficou ainda mais barata devido ao preço do litro do leite, comercializado a R$ 2,32, em média (1,31%). "Com o inverno, os campos ficam mais secos e o gado consome mais ração, esse valor é repassado ao consumidor", explica o engenheiro. Essa realidade também explica a alta da carne bovina de primeira (1,37%), vendida a R$ 15,49, o quilo. (Colaborou Pedro Souza)




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