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S.Bernardo e Mauá enterram corte de salário de vereadores

Debate sobre redução de ganhos nas duas Câmaras para ações contra Covid é encerrado sem avanço; discussão nas demais é lento

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
23/05/2020 | 00:01
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André Henriques/DGABC


Passadas três semanas da decisão dos deputados estaduais em reduzirem os próprios salários para ajudar em ações de combate ao avanço do novo coronavírus no Estado, pelo menos duas Câmaras do Grande ABC enterraram seguir a linha de corte de gastos mexendo nos vencimentos dos parlamentares.

Em São Bernardo e em Mauá, o tema chegou a ser tratado entre os políticos. No caso de São Bernardo, o assunto pautou conversa na última sessão presencial realizada na casa, no dia 13. Em Mauá, projeto de lei determinando a diminuição dos vencimentos parou nas comissões.

O Diário apurou que, em São Bernardo, a maior parte dos vereadores foi contrária à redução dos salários. Alguns relataram que possuem dívidas e que não podem perder renda nesse momento. No maior município do Grande ABC, cada vereador recebe R$ 15.031,75.

Diante do cenário, houve um acordo tácito: o vereador que se sentir conforável, pode doar parte dos salários, mas evitará dar publicidade à benfeitoria para evitar expor os demais. No mês passado, depois de o prefeito Orlando Morando (PSDB) e a deputada estadual Carla Morando (PSDB) oficializarem doação de metade dos contracheques para o Fundo Social de Solidariedade, alguns vereadores da base de sustentação seguiram o exemplo da dupla.

A economia da Câmara de São Bernardo ficou restrita aos comissionados. Houve autorização para reduzir 10% do holerite dos funcionários apadrinhados da casa nos meses de maio, junho e julho – a medida se aplicou à gratificação de servidores concursados. Atualmente, o Legislativo são-bernardense despende R$ 3 milhões ao mês somente com comissionados – em cálculo simples, a economia seria de R$ 300 mil.

Em Mauá, o vereador Adelto Cachorrão (Republicanos) protocolou proposta para cortar em 20% os subsídios dos 23 vereadores – o que representaria R$ 2.405 dos salários brutos, de R$ 12.025.

Como em Mauá não acontece sessão desde o início da quarentena imposta no Estado para conter o novo coronavírus, o texto ficou preso às comissões, sem apreciação. Parte da oposição ao prefeito Atila Jacomussi (PSB) até ensaiou unificar discurso para diminuir os salários, mas encontrou resistência até entre eles.

Nas demais Câmaras do Grande ABC – exceção feita a São Caetano, onde a bancada de sustentação ao prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) acertou, entre ela, a doação de metade do salário para o Fundo Social de Solidariedade – o tema não é prioridade. Ações isoladas de vereadores têm sido tomadas.

Em Santo André, se arrasta há duas semanas o debate sobre projeto de lei para reduzir em 30% os salários dos parlamentares – proposto pelos vereadores Almir Cicote (Avante) e Professor Minhoca (PSDB). Série de emendas foi colocada ao texto original, que segue sob análise da Comissão de Justiça e Redação da casa.

A maioria dos vereadores estrutura um projeto de corte de 10% nos vencimentos dos parlamentares, mas estendendo a redução a servidores comissionados. Na visão desse grupo, a economia geral era maior do que se houvesse aplicação nos subsídios dos políticos. 




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