"Todas as produções indicadas (3%, Narcos, a mexicana Club de Cuervos, vencedora na categoria de melhor elenco de comédia) foram criadas com um viés artístico", defende Erik Barmack, vice-presidente de conteúdo original da Netflix - ou seja, é por ele que passam as produções criadas pelo próprio serviço de streaming. "São produtos pensados como histórias locais, mas que tinham potencial de se espalhar pelo mundo."
Para ele, o tema da série brasileira foi determinante para levá-lo a ultrapassar as fronteiras brasileiras. Em 3%, vive-se em um futuro distópico no qual jovens de 20 anos precisam se submeter a testes, provas físicas e intelectuais, para filtrar alguns poucos (os escolhidos) e levá-los ao paraíso, enquanto o resto volta à miséria. Questões como distopia, pessimismo e meritocracia têm funcionado bem no exterior - basta notar o sucesso da série de filmes e livros Jogos Vorazes e todos os herdeiros surgidos na sequência. "Cada produção local tem um objetivo diferente", explica Barmack. "Mas, notamos que 3% poderia ter um alcance fora."
A Netflix percebeu logo que a tendência dos serviços de streaming logo chegariam às emissoras de TV tradicionais. Logo, as séries "compradas", como How I Met Your Mother, não teriam sua cessão de direitos continuada - como, de fato, aconteceu. Hoje, todos os grandes canais oferecem a opção de se assistir aos programas, séries e filmes online. A briga pela audiência, seja qual ela na plataforma que for, está na força das produções originais. Há poucas semanas, por exemplo, a HBO anunciou a chegada no Brasil do HBO Go com um serviço de assinatura própria que não depende mais da TV a cabo. "Ninguém disse que uma pessoa não possa ser assinante de Netflix e HBO Go", brinca Barmack.
Ele segue: "Acho que nossa principal função é ser ótimo naquilo que fazemos. E aproveitarmos que, atualmente, o consumidor tenha escolha. É ótimo que existam opções. Para mim, o nosso serviço deve ser o mais atrativo possível."
E, para isso, a Netflix investe pesado em autores. Na Comic Con Experience, encerrada neste domingo, 10, por exemplo, a empresa apresentará o filme Bright, uma ficção com elementos de fantasia, protagonizada por Will Smith e Joel Edgerton e dirigida por David Ayer - os três estarão presentes em um painel na CCXP, marcado para começar às 17h30.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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