A mostra Equipo Limite é uma descarga de bom humor, que vem em forma de cores quentes e referências ao universo infanto-juvenil - tatuagens, super-heróis, HQs eróticas e jogos infantis. Muito, ou quase tudo, do que a estética clubber se apropriou nos últimos tempos.

As 20 obras que estao no Memorial formam um conjunto representativo. Há trabalhos do fim dos anos 80 até meados da década de 90. As pinturas, que num primeiro olhar parecem simples colagens, devem agradar bastante aos modernos de plantao (expressao horrorosa, porém adequada). Mas nao deixe de ir por isso.

O espírito da Equipo Limite é generoso, aglutinador e nada preconceituoso. Provocadoras, as próprias telas vao tirar um sarro dos que nao estiverem se divertindo verdadeiramente.

Equipo Limite é o nome de guerra da dupla de artistas catalas, mais especificamente de Valência, na Espanha. Carmen Roig e Esperanza Casas já estao atadas, como gostam de dizer, há dez anos. Pesquisam e produzem juntas desde os tempos de faculdade. Em Valência, já sao referência cultural da cidade, volta e meia convocadas para representar a produçao de arte contemporânea de sua regiao.

As artistas, que estiveram em Sao Paulo para divulgar a mostra, reconhecem ser herdeiras da pop art, mas acertaram o seu prumo ao descambar para o neo-kitsch e abandonar o conceito de autoria - elas assinam Cuqui e Cari. Os pseudônimos soam infantis, o que está de acordo com outro elemento recorrente nas imagens produzidas: fragmentos autobiográficos, ícones pessoais da infância das artistas. O resultado é divertido, excitante sempre, e por vezes, também no sentido libidinoso.