D+ Titulo Trânsito no futuro
Geração Z de olho na mobilidade

Presença de carro próprio no dia a dia não é prioridade entre jovens nos próximos anos

Por Luís Felipe Soares
03/06/2018 | 07:04
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Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas


A liberdade de ir e vir é aberta a todo cidadão. Mesmo que a possibilidade de se explorar qualquer canto do mundo pareça ser complicada, sempre há a necessidade de as pessoas irem de um lugar para outro dentro de sua própria cidade ou região. As discussões em torno da Mobilidade Urbana têm se complicado ao longo dos anos devido à dificuldade cada vez maior de enfrentar grandes congestionamentos. Jovens de diferentes idades também estão no meio desse trânsito de ideias e começam a fazer seus desejos de como querem ver e lidar com esse cenário no futuro.

Matheus Rodrigues, 16 anos, precisa ser ágil diariamente para dividir seu tempo entre os estudos no 1º ano do Ensino Médio no período da manhã, o trabalho em um estúdio e gráfica de tarde e o horário livre. O morador de São Bernardo costuma fazer seus trajetos a pé e com a ajuda do skate. Para ele, a dor de cabeça é enfrentar o transporte público oferecido. “Uso ônibus quando a gente vai para São Paulo andar de skate ou para ir para outros lugares, daí pegamos trem e Metrô”, conta. “Tudo pode ser melhorado”, completa o rapaz, acreditando que um veículo próprio nos próximos anos seria ótimo em seu cotidiano.

Parece que a ideia de Matheus não acompanha a de outras pessoas de sua faixa etária. Ou seja, nem todos querem, a partir dos 18 anos (idade mínima para se ter habilitação), ter um carro. É o que aponta a Pesquisa Alelo Tendências de Mobilidade da Geração Z, realizada entre novembro e dezembro com 1.537 entrevistados de nove metrópoles brasileiras, todos nascidos desde no início do século 21. Segundo o levantamento, 55,4% dos jovens de 16 a 24 anos que não possuem carteira nacional de habilitação não querem ter veículo só seu. Desse grupo, 41,4% disseram não ver necessidade de ter o documento especial.

ALTERNATIVAS

É preciso ficar atento ao fato de que o automóvel não é visto como inimigo. Mesmo que 65,2% vejam alternativas em relação aos carros, a vontade de parte dos participantes é de que o volante simplesmente não esteja em suas mãos. Serviços recentes como disponibilizados pelos aplicativos Uber, 99Táxi e Cabify se mostram atraentes, aparecendo como preferência de 23,6%. Possibilidades como Metrô (10,9%) e bicicletas (10,5%) também foram citadas.

A pesquisa sobre como a geração Z percebe as possibilidades da Mobilidade Urbana daqui em diante ouviu jovens de locais como Recife e Porto Alegre, primeira e segunda colocadas na lista de cidades com o pior trânsito do País durante os horários de pico em 2017. Neste ranking do ano passado sobre a lentidão nas ruas, o top 15 ainda traz São Paulo (6º lugar), São Bernardo (11º) e Santo André (14º). Com os grandes centros vendo piorar o trânsito, a pauta continua a chamar a atenção. 




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