A melhora renovada de humor em relação ao comportamento dos preços levou o mercado a reduzir suas estimativas de taxa de juros para o final deste ano de 20% para 19,8% ao ano. As projeções de juros para o fim de 2004 recuaram, no mesmo levantamento, de 15,8% para 15,5%, que seria a taxa mais baixa desde os 15,25% de fevereiro de 2001. O mercado, ao mesmo tempo, preferiu manter estáveis suas projeções de juros para os finais de agosto e setembro em 23% e 22%, respectivamente. A projeção para fim do corrente mês embute uma expectativa de queda dos juros na reunião do Copom desta terça e quarta-feira de 1,5 ponto porcentual.
As instituições financeiras ouvidas na pesquisa semanal do BC optaram por manter estável em 6,5% as projeções de IPCA para o próximo ano. O porcentual estimado ficou acima da meta de 5,5%, mas já se encontra dentro do intervalo de variação de 2,5 pontos porcentuais admitido no sistema de metas de inflação do governo. As previsões de IPCA para agosto e setembro, por sua vez, foram reduzidas de 0,6% para 0,5% e de 0,5% para 0,45%, respectivamente. As expectativas de IPCA em 12 meses à frente recuaram na mesma pesquisa de 6,64% para 6,47%, ficando mais distanciadas dos 7,04% de há quatro semanas.
Câmbio - Em relação ao câmbio, as instituições consultadas pelo BC elevaram suas projeções para o fim do mês de R$ 2,98 para R$ 3. As previsões para o final de setembro subiram de R$ 3 para R$ 3,01.
Meirelles - O presidente do BC, Henrique Meirelles, voltou esta segunda-feira a defender a política de redução gradativa das taxas, ressaltando que “gradualismo não configura rigidez nem falta de flexibilidade”.
“O regime de metas de inflação tem permitido enfrentar com sucesso choques de oferta e de expectativas com a flexibilidade necessária para que evitemos custos desnecessários em termos de nível de atividade”, afirmou Meirelles. Ele disse ainda que o grande desafio do país é criar condições que permitam o crescimento “a taxas elevadas por muitos e muitos anos, sem as arrancadas e paradas que marcaram as últimas décadas”.
A expectativa da maior parte dos analistas é de que o Copom reduzirá a Selic em 1,5 ponto porcentual, embora muitos vejam espaço para um corte mais agressivo. Em Jacareí, o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, ao ser questionado sobre a Selic, disse apenas: “Vamos deixar o Copom trabalhar em paz.”
Bancos - Os presidentes dos bancos Bradesco, Marcio Cypriano; ABN Amro Real, Fábio Barbosa, e do Citibank no Brasil, Gustavo Marin, esperam uma redução de 1,5 ponto porcentual na taxa Selic na reunião do Copom desta semana. Cypriano afirmou que a Selic deve terminar o ano em 20%.
Segundo ele, até haveria espaço para um corte maior na reunião desta semana. No entanto, o executivo acredita que o BC deve agir com cautela e cortar a taxa em 1,5 ponto, como espera o mercado financeiro.
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