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Rapaz é acusado de matar a mãe em São Bernardo
Giba Bergamim Jr.
Do Diário do Grande ABC
07/08/2004 | 22:14
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O estudante Eduardo Augusto de Moraes, 29 anos, é acusado de enforcar e matar sua mãe, a dona de casa Arlinda Domingos de Moraes, 65, na noite de sexta no apartamento da família, no Condomínio Guajaí, no bairro Terra Nova, em São Bernardo. Após o crime, Moraes teria colocado a mãe na cama dela, coberto a mulher com um lençol, e ido a um telefone público para avisar a polícia sobre o assassinato.

No 3º Distrito Policial de São Bernardo, no bairro Assunção, ele declarou ter assassinado a mãe para que ela “não sofresse mais”. O motivo do sofrimento seriam os constantes desentendimentos dele com o irmão V.M., que é policial rodoviário estadual. O irmão trabalhava no momento do crime. À polícia, familiares disseram que o estudante sofre de problemas mentais.

Segundo o acusado, ele e a mãe assistiam ao Programa do Ratinho quando começaram a discutir. Moraes disse que deu uma “gravata” na mãe e a estrangulou. Após acomodar o corpo na cama, ele pegou um santinho com a foto do pai, Luiz Augusto de Moraes, já morto, e colocou sobre o peito de Arlinda.

Na primeira ligação que Moraes fez ao 190 informando o homicídio, os policiais acharam que se tratava de um trote. Por isso, não foram ao local. Por volta das 2h de sábado, ele voltou a telefonar para a Polícia Militar, que então se dirigiu ao prédio.

De acordo com um porteiro do prédio, Moraes recebeu os policiais José Ferreira Lima e Denis Ribeiro e os levou até o apartamento. Após os policiais virem o corpo, ele voltou a confessar o crime, e recebeu voz de prisão. “Ele nos confirmou várias vezes que matou a mãe. Declarou que ela estava sofrendo ultimamente e estava infeliz. Ele estranhou que os policiais não queriam acreditar que ele tinha matado a mãe”, disse um policial rodoviário, que trabalha com o irmão do acusado e que conversou com Moraes logo após o assassinato.

Segundo o PM, o estudante revelou detalhes do crime e os descreveu com coerência. “Ele foi minucioso. Detalhou até a forma como limpou o sangue que saía da boca da vítima”, disse o policial.

Até a manhã deste sábado, V.M. dizia não acreditar que o autor do crime fosse o irmão. Embora Moraes tenha declarado que estrangulou a mãe, segundo a Polícia Civil, até este sábado o IML (Instituto Médico-Legal) não havia confirmado a causa da morte da mulher.

Desempregado, Moraes pouco saía do apartamento onde morava. Segundo vizinhos, ele quase não tinha contato com os demais condôminos. “Vivia trancado em casa. Não saía para quase nada”, disse um porteiro do Guajaí, que não quis se identificar.

Policiais informaram que Moraes e o irmão costumavam se desentender e que o policial pretendia deixar o apartamento. Segundo o porteiro, a família se mudou para o prédio há aproximadamente dois anos. Antes, viviam numa casa no bairro Assunção.

Os funcionários do prédio disseram que a dona de casa não havia se adaptado ao apartamento e costumava reclamar do barulho nos corredores. Ela tinha problemas cardíacos, segundo o porteiro, que afirmou também que o imóvel já estaria à venda.

Muito abalados, familiares e amigos de Arlinda não quiseram falar com a reportagem.




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