Setecidades Titulo Grandes professores
Práticas sustentáveis motivam alunos
Mirela Tavares
Do Diário do Grande ABC
14/11/2011 | 08:35
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Imbuída pela crença de que os alunos se espelham nos professores, Cristiane Gea Rego Carbonari não hesitou em assumir a responsabilidade de desenvolver voluntariamente o projeto pedagógico Por uma vida sustentável da Emeief Profª Therezinha Monteiro de Barros Nosé, na Vila Alpina, em Santo André.

Junto com as professoras Bruna Golfeto, Maria Tereza Cadenassi e a assistente pedagógica Vera Guerra, além de todo o apoio da diretora Rosineide Magdaleno Xavier, Cristiane vem trabalhando ao longo do ano em diversas ações que visam contribuir para a conscientização das atitudes sustentáveis dos cerca de 300 alunos entre 4 e 10 anos da escola. De coleta seletiva ao uso racional dos recursos ambientais, passando por reciclagem de material e experiências de compostagem, os alunos têm visão ampliada de como a sustentabilidade está inserida no dia a dia.

"Nossa intenção é mostrar que cada um deles pode fazer a diferença mesmo com pequenos gestos", diz Cristiane. O objetivo parece surtir efeito. Ao conversar com os alunos é clara a naturalidade com que eles falam sobre os temas relacionados à sustentabilidade, assim como nas atitudes que mantêm na prática. "Mesmo as crianças menores, se observam uma torneira pingando, elas se apressam em fechá-la, assim como não jogam lixo no chão", conta.

A professora também ressalta o envolvimento das famílias dos alunos nas práticas sustentáveis estimuladas na escola. "Quando montamos o Papa-Pilhas, um coletor para descarte de baterias que faz parte do projeto, as mães imediatamente começaram a trazer os produtos", reforça a diretora Rosineide. "Foram elas também que contribuíram para a criação da nossa horta suspensa, ajudando as crianças na transformação das garrafas PET em vasos", afirma a assistente pedagógica Vera.

"Somos espelhos para essas crianças", diz Cristiane, que passou a se interessar realmente pelo tema sustentabilidade depois do nascimento das filhas Nicolle, hoje com 14 anos, e Noelle, 11.

Quando questionada sobre o que a levou a fazer alguns sacrifícios para mudar a rotina e atuar voluntariamente no projeto, Cristiane é categórica: "Li uma vez que ser professor é olhar além do que os olhos alcançam e tomei isso como filosofia profissional." Se espelhando nela e nos demais professores, os alunos também já estão com a visão bem ampliada.

Crianças policiam familiares para economia de água

Consciente de que deixar as luzes acesas sem necessidade é grande desperdício de energia, a aluna Marina Gigliotti é, aos 9 anos, incansável na luta pelas práticas sustentáveis. "O meu pai sai pela casa deixando tudo acesso, mas brigo para ele desligar", conta a estudante. Mais recentemente, ela tomou a frente para fazer o irmão de 14 anos diminuir o tempo do chuveiro. "O meu banho é de cinco minutos."

Já Gabriel Gurski, também de 9 anos, assume que precisa de um pouco mais de tempo no chuveiro. "Acho que o meu banho é de uns nove minutos." Em compensação, ele adora reciclagem. Estimulado na escola e também no ambiente doméstico, Gabriel cria os próprios brinquedos, usando garrafas PET, caixas de sabão em pó e de leite Tetrapak.

 




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