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‘Bolt brasileiro’ consegue melhor marca da vida no salto triplo

Alexsandro Melo tem apelido pelo estilo e começa a se destacar na prova que consagrou João do Pulo

Por Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
25/11/2017 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Entre os nomes que competiriam ontem no atletismo dos Abertos, na Arena Caixa, em São Bernardo, um chamava atenção: Alexsandro Melo, o Bolt brasileiro. O apelido em referência ao maior velocista da história sugeria que se tratava de pérola nacional nas provas rápidas. Mas o atleta da B3/São Caetano brilha mesmo nos saltos. Ontem, ele fechou a programação com o ouro no salto triplo e a melhor marca da carreira: 16m67.

“Estava há quatro meses treinando para fechar a temporada e na expectativa de fazer minha melhor marca no salto triplo. Tinha 16m65 e fiz 16m67. Sempre tenho a expectativa de melhorar e deu tudo certo”, comemorou o atleta de 22 anos.

Alexsandro foi apelidado de Bolt ainda na infância pelo primeiro treinador, Fernando Donatan, em Londrina, onde começou. “Fazia velocidade e ele me apelidou pelo tamanho e pelo meu jeito. Depois viu que eu estava saltando bem e sugeriu que eu fosse para os saltos”, explicou o atleta, que há um ano treina em São Caetano.

O ouro só foi conseguido no último salto, quando deixou para trás Jean Casemiro, de Piracicaba, prata com 15m91, e Lucas Basílio, bronze com 15m75. Apesar de ter sido a melhor da carreira, a marca não foi homologada porque a prova nos Abertos não tem medição computadorizada.

O ouro nos Abertos é só uma parte no caminho do atleta, que sonha com o Mundial indoor de Birmingham, na Inglaterra, em 2018, e repetir os passos de João do Pulo, bronze nas Olimpíadas de Moscou-1980 e Montreal-1976. “Me inspiro no João do Pulo por tudo que fez. Vejo vídeos dele desde que comecei a me interessar pelos saltos, assim como os do Mauro Vinícius que treina comigo”, finalizou. 

Atleta supera distância pelo atletismo

São pelo menos sete horas todos os dias para ir de Mauá, onde mora, até a Arena Caixa, em São Bernardo, onde treina, e voltar. Por mais que a rotina, que inclui faculdade de Fisioterapia, seja difícil, Rafael Henrique descobriu no arremesso de peso e no lançamento do disco sua vocação.

Conhecido como Miúdo, em brincadeira por conta do grande porte físico, ele já está há quatro anos nesta rotina de treinos. “Pego ônibus, trem, trólebus e ando meia hora até chegar aqui na pista de São Bernardo. São cerca de duas horas e meia, de segunda a sábado. Ainda tenho a faculdade, em São Paulo. Não é brincadeira não”, assume ele.

Ontem, nos Abertos, Miúdo ficou na sétima posição no arremesso de peso e em 11º no lançamento do disco. Resultados coerentes com quem até pouco tempo não sabia nada de atletismo. “Era jogador de futebol. Umigo que já treinava aqui em São Bernardo me convidou para fazer um teste quando estavam construindo a pista. Não conhecia absolutamente nada. Vi, gostei, fiz uns testes e comecei a treinar”, explica. “Meus técnicos estão me colocando nas provas do disco, do peso e no martelo para ver onde vou melhor. Se puder escolher eu prefiro o disco”, opina.

Aos 21 anos, o atleta sonha com um passo de cada vez, mas entre os planos estão mundiais e a Olimpíada de 2024. “Faço faculdade para ter uma profissão para quando parar de treinar. Mas meu foco está no atletismo. Hoje vivo com a ajuda de custo que São Bernardo me dá. Quero treinar cada vez mais para ir evoluindo e um dia chegar a disputar mundiais e Olimpíadas”, projeta Miúdo.




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