Considerado um transtorno mental, o ato de fazer compras de forma compulsiva e sem controle resulta numa série de consequências danosas para a pessoa que sofre da doença e também para sua família. O problema afeta muita gente na faixa dos 35 a 40 anos, em sua maioria mulheres que já atingiram certa estabilidade financeira. No entanto, o início do transtorno ocorre geralmente na metade da adolescência, podendo se tornar contínuo ou episódico, com períodos de remissão por meses ou até anos. O comprar compulsivo, em geral, está associado a outros distúrbios como depressão, abuso e dependência de álcool ou outras drogas, transtornos de ansiedade e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Muitas pessoas com sintomas depressivos ou depressão propriamente dita associam compras com melhoras no humor, ânimo ou disposição e desenvolvem compulsão não apenas pelo prazer ou desejo de adquirir o objeto em si, mas também por serem bem tratadas pelos atendentes, pelo ambiente agradável das lojas e shoppings. A sensação de bem-estar pela compra é momentânea e, não raro, imediatamente após a pessoa percebe a gravidade da aquisição de mais uma dívida. Em geral, o tratamento do comprador compulsivo só começa quando a situação já está totalmente fora de controle, onde o paciente tem a vida financeira, a saúde psicológica e as relações comprometidas. Geralmente é realizado por meio de terapia em grupo. Se houver necessidade, o paciente é encaminhado para a terapia individual ou para o tratamento psiquiátrico. Por Yasmin Barcellos