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S.Bernardo não paga e perde utilização da marca Vera Cruz

Contratada por Marinho para revitalizar estúdio
do município, Telem dá calote em dono do nome

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
07/10/2015 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


O governo do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), está impedido de utilizar a marca Vera Cruz no antigo complexo cinematográfico situado na Avenida Lucas Nogueira Garcez. A empresa já admite trocar o nome do centro de cinema.

A proibição está válida desde ontem, após a Telem S.A. (Técnicas Eletromecânicas) – vencedora da licitação para explorar o espaço nos próximos 30 anos –, não honrar pagamento parcelado aos donos da marca pela cessão onerosa no nome.

A informação partiu de Wilfred Khouri, sócio-proprietário da empresa Cinematográfica Vera Cruz Ltda. Ele havia selado acordo de valor de R$ 550 mil para uso da marca, de forma dividida. “Em reunião com a Prefeitura ficou certo que o pagamento seria parcelado até maio de 2016 com acréscimo de 10%, já que a empresa vencedora alegava não ter recursos imediatos para arcar com essa despesa de imediato. Concordamos para facilitar”, explicou Khouri.

Sendo assim, a primeira fatia, no valor de R$ 105 mil, estava estabelecida para 5 de setembro e as demais (R$ 100 mil) de janeiro a maio. “A data limite para pagamento da primeira parcela era em 5 de setembro de 2015 (o que não ocorreu), com a possibilidade de pagamento em atraso de até 30 dias com multa e juros. Ou seja, até o dia 5 de outubro (segunda-feira). A partir do dia 6 de outubro (ontem), o licenciamento estaria totalmente cancelado de acordo com cláusula contratual. Condição, diga-se de passagem, contida no edital licitado”, adicionou Khouri.

O espaço é histórico e ganhou notoriedade entre 1949 e 1954, quando se tornou principal polo cinematográfico do País. Após o fechamento, diversos projetos foram apresentados para resgate do Vera Cruz.

Em junho, Marinho assinou contrato de cessão dos estúdios de cinema para a Telem, que se comprometeu a investir R$ 156 milhões em melhorias em troca da utilização do local para os próximos 30 anos.

Khouri revelou que foi procurado por integrantes do governo Marinho para reunião hoje a fim de iniciar tratativa de nova proposta. “Estou disposto a fazer um parcelamento maior. Ouvir nova configuração. No entanto, não posso mais ficar esperando. O que mais me desagradou nessa história foi que a administração não fez sequer um telefonema diante dos prazos vencidos. Acredito que haverá grande constrangimento ao prefeito se ficar impedido de usar marca tão identificada com a cidade”, considerou ele, mencionando que não recorrerá à Justiça caso acordo não seja firmado. “O nome estará apenas vetado para o uso”.

A Telem admitiu discussão com antigos proprietários para conclusão do episódio. Porém, revelou que “se não chegarmos a um acordo, vamos utilizar a marca Estúdios São Bernardo do Campo”. A Prefeitura de São Bernardo afirmou que “não foi notificada sobre o assunto”. 




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