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Obesidade e cirurgia

A obesidade tem como causa a ingestão de alimento maior do que o organismo pode metabolizar, levando ao acúmulo na forma de gordura em reserva corpora

Leo Kahn
25/06/2009 | 00:00
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A obesidade tem como causa a ingestão de alimento maior do que o organismo pode metabolizar, levando ao acúmulo na forma de gordura em reserva corporal.
O método mais utilizado no meio científico para a classificação de obesidade é o IMC (índice de massa corpórea) que corresponde ao peso dividido pela altura vezes altura. A classificação do IMC é feita da seguinte maneira: 20 a 25 (peso ideal), 25 a 30 (sobrepeso), 30 a 35 (obesidade moderada ou grau 1), 35 a 40 (obesidade importante ou grau 2), 40 a 50 (obesidade mórbida ou grau 3), mais de 50 (obesidade severa). Pessoas com obesidade mórbida têm mais chance de desenvolver doenças como diabetes, hipertensão, infarto, cálculos de vesícula, trombose, irregularidade menstrual e dificuldade de engravidar, assim como maior risco de desenvolver alguns tipos de câncer.
Para evitar esses problemas, está ocorrendo uma popularização das cirurgias bariátricas, conhecidas como cirurgias de redução do estômago, às vezes até sem indicação médica apropriada.
As indicações cirúrgicas para o tratamento da obesidade mórbida são: paciente com IMC superior a 40, ou que tenha pelo menos 45 kg acima do peso ideal. Paciente com IMC entre 35 e 40 com doenças associadas à obesidade, tais como: diabetes, hipertensão arterial, doença das articulações e finalmente tratamentos médicos repetidos e não duradouros para perder peso.

Tipos de cirurgia:
Restritiva: nesse tipo de operação, o tamanho útil do estômago é diminuído artificialmente, como é feito no caso da banda gástrica ajustável. Este tipo de cirurgia depende muito da cooperação do paciente em mudar seus hábitos alimentares e geralmente não tem bons resultados para aqueles obesos que gostam de comer muitos doces.
Disabsortiva: parte do tubo digestivo é desviada do caminho normal dos alimentos, diminuindo sua capacidade de utilização. Tem o inconveniente de poder causar diarreia ou aumento da produção de fezes diárias.
Mista: é o tipo de cirurgia preferida dos cirurgiões, pelos resultados e aceitação por parte dos pacientes. É o caso da Cirurgia de Capella, onde o cirurgião confecciona uma bolsa muito pequena no estômago, com capacidade em torno de 30 ml, ligada ao intestino delgado. No local é colocado um anel restritivo, dificultando ainda mais a passagem do alimento, o que causa a sensação de "estômago cheio" e satisfação precoce. Parte do tubo intestinal é desviada, para que haja menor absorção dos alimentos.
É possível realizar as cirurgias pela via convencional (com corte único) ou pela laparoscopia (pequenos orifícios).

Saiba mais:
A cirurgia é contraindicada a indivíduos que sofrem de alcoolismo ou qualquer tipo de dependência química, pacientes portadores de cirrose hepática, e na existência de distúrbios psiquiátricos.
Pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica comprovou que 15 milhões de brasileiros a partir de 18 anos são obesos e 3,7 milhões são obesos mórbidos.
Segundo o Ministério da Saúde, o número de cirurgias bariátricas aumentou 542% desde 2001.
Depois da cirurgia bariátrica a nutrição tem papel importante porque a quantidade e o tipo de alimentos a serem consumidos devem ser limitados.
A rápida perda de peso leva ao aumento transitório dos níveis de ácido úrico na circulação e quando a hidratação não é suficiente poderá haver formação de pedra nos rins.
O uso de alimentos com açúcar deve ser evitado após a operação, porque o valor calórico é elevado e, dependendo da técnica cirúrgica, poderá ocorrer a Síndrome de Dumping, que é quando o alimento percorre rapidamente o sistema digestório.
Em dietas inferiores a 1.250 Kcal/dia como deve ser feita até o sexto mês de tratamento após a cirurgia bariátrica, é necessário complementar a alimentação com vitaminas e minerais.
Estudos concluíram que a cirurgia bariátrica dobra o risco de fraturas em qualquer local do esqueleto. Esse aumento do risco foi impulsionado principalmente pelas fraturas em mãos e pés, que foram três e quatro vezes, respectivamente, mais frequentes nesses pacientes.
A equipe multidisciplinar responsável pela cirurgia é formada pelo médico gastrocirurgião, nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta e fonoaudiólogo.




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