Dor, tristeza e revolta eram os sentimentos que se misturavam domingo pela manhã no enterro de Renato Inácio Arias, 23 anos, assassinado na sexta-feira. O estudante saía da faculdade quando sofreu uma tentativa de assalto em Santo André.

“Esse é o momento mais triste da minha vida. Quero que quem fez isso seja preso para que outros pais não passem pelo que eu estou passando”, disse Sidney Arias, 46 anos, pai da vítima.

Mais de 200 pessoas, entre parentes e amigos, estiveram no Cemitério Paulicéia, em São Bernardo. Rubens Bezerra de Oliveira, 54 anos, era amigo da família e fez questão de deixar claro que não quer que a morte de Renato acabe sendo apenas mais um número nas estatísticas de violência.

“Não pode ficar impune. Domingo foi a Tamires. Hoje, o Renato. E amanhã, vai continuar morrendo inocente?”, perguntava, fazendo referência a morte de Tamires Burlani, 19 anos, também no trânsito. Ela foi baleada num semáforo em Diadema, no último dia 13.

Muito abalada, Inês Arias, 42, mãe de Renato, disse apenas que orienta seus filhos para que nunca reajam em caso de assalto. “Eu não sei o que aconteceu”, disse em meio a lágrimas, enquanto era amparada por familiares.

O pai ainda fez um apelo para possíveis testemunhas. “Se alguém viu alguma coisa ou tem informações sobre os criminosos, por favor, falem para a polícia”, disse Sidney.

O trânsito fez com que ele parasse na alça de acesso à Avenida Prestes Maia, sentido São Bernardo. Foi a deixa para que os ladrões o abordassem.

De acordo com testemunhas, Renato teria se recusado a entregar o carro, um Pálio cinza 2005. Um dos ladrões disparou, acertando a cabeça de Renato, que morreu na hora. Os ladrões, que fugiram sem levar nada, teriam por volta de 1,70m de altura. Um seria branco e o outro, o suposto autor do disparo, moreno.

O caso está sendo investigado pela Delegacia Seccional de Santo André. Denúncias anônimas podem ser feitas pelo Disque-denúncia, número 181.