O prefeito de Rio Grande da Serra, Adler Kiko Teixeira (PSDB), nomeou a irmã Aida Jardim Teixeira para a Secretaria de Educação da cidade, após Ricardo Castelucci ter sido exonerado do cargo na última sexta-feira. Foi a segunda troca promovida pelo chefe do Executivo de Rio Grande, que na metade de junho substituira Carlos dos Santos por Flávio Lemos na Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Social.

De acordo com o que o prefeito declarou nesta terça-feira ao Diário, apesar de ser um excelente educador, Castelucci estaria sofrendo críticas pela falta de dinamismo na parte administrativa da pasta. "O Ricardo é professor na rede estadual e a gente conhece ele como um ótimo educador. Só que dentro de uma secretaria o perfil administrativo também é importante", destacou Kiko.

Já a nova titular da pasta traz no currículo justamente maior experiência administrativa. A parte pedagógica ficará sob responsabilidade do diretor Carlos Eduardo Macruz. "Constatei uma série de deficiências na estrutura física das escolas, prédios com problemas de umidade", disse Aida, que afirmou ter ouvido muitas críticas sobre seu antecessor, repassadas a ela pelo irmão. "A realidade que encontrei é gritante."

Aida Teixeira é formada em Economia e trabalhou durante 15 anos como funcionária pública federal concursada – foi chefe do departamento financeiro do Hospital Heliópolis, em São Paulo. Apesar de ter dado aula na rede pública de Rio Grande da Serra apenas "em caráter excepcional", como ela mesma classificou (substituindo professoras temporariamente), a pouca experiência da irmã na área não assusta o prefeito. "Ela já foi professora da rede estadual, tem uma boa noção da complexidade e da responsabilidade que envolve o cargo."

Política familiar – O sobrenome Teixeira não é nenhuma novidade para Rio Grande da Serra. Além do atual prefeito, seus irmãos também já governaram a cidade – Aarão Teixeira (1977-1982) e José Eduardo (1993-1996). Aida chegou, inclusive, a ter cargo de assessora de gabinete de Aarão durante seu mandato.

Na política da boa vizinhança – nesse caso, bom parentesco –, o prefeito disse estar preparado para defender-se da carga de críticas sobre prática de nepotismo da ala oposicionista de Rio Grande. "Sei de todas as críticas que podem vir, inclusive do parentesco. Mas com o trabalho bem feito, estas críticas desaparecerão", prevê Kiko.

"Me sinto muito à vontade para falar sobre isso, porque estive quatro anos como presidente da Câmara e nunca nomeei nenhum parente meu. Estou como prefeito e a primeira pessoa que nomeio é ela, agora. E não foi por questão de parentesco coisa nenhuma. Ela tem uma história na cidade, já teve comércio (foi dona de uma drogaria), deu aulas, conhece a cidade. Estou muito tranqüilo para qualquer crítica que possa aparecer", finalizou o prefeito.