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Ex-vice-presidente Al Gore cancela debate com Uribe
Da AFP
20/04/2007 | 17:35
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O ex-vice-presidente americano Al Gore cancelou nesta sexta-feira sua participação em um debate que seria realizado em Miami com o presidente da Colômbia Alvaro Uribe. Gore também desmarcou a viagem que faria ao país andino em setembro, após qualificar como "profundamente pertubador" o recente escândalo de envolvimento de políticos com paramilitares na Colômbia.

"O ex-presidente Al Gore lamenta ter tido que se retirar da conferência organizada nesta sexta pela revista Poder" em Miami, afirmou porta-voz Kalee Kreider, explicando que quando Gore aceitou o convite, a participação de Uribe não estava prevista.

"As acusações que surgiram durante o último mês e no início dessa semana são profundamente perturbadoras", declarou, ao referir-se ao escândalo das ligações entre políticos e paramilitares, que causou o bloqueio legislativo nesta quarta-feira de US%+$ 55,2 milhões de ajuda às Forças Armadas colombianas.

O ex-vice-presidente americano "acredita que Uribe deveria ter a oportunidade de responder a essas acusações na Colômbia, mas enquanto esse capítulo muito sério da história não se encerrar, Gore considera que não seria adequado aceitar o convite", explicou.

As denúncias feitas por um parlamentar de esquerda contra Uribe, seu irmão e alguns de seus colaboradores próximos por supostas ligações com o movimento paramilitar desencadeou uma série de notícias negativas vindas de Washington.

Primeiro, o Senado americano bloqueou o pagamento da ajuda militar para a Colômbia. Também foi anunciado o cancelamento do visto do ex-chefe do serviço de inteligência colombiano, acusado de passar informações confidenciais que permitiram aos esquadrões da ultra-direita assassinar dirigentes sindicais.

Washington já gastou cerca de 4 bilhões de dólares para financiar o Plano Colômbia, cujo objetivo é combater o tráfico de drogas e os grupos armados irregulares.

Um total de 25% dessa ajuda militar está condicionada ao cumprimento, por parte do governo e das Forças Armadas colombianas, de compromissos, como o respeito aos direitos humanos, que devem ser fiscalizados pelo Departamento de Estado.

No entanto, o Departamento de Estado defendeu nesta sexta-feira o Plano Colômbia e reiterou sua confiança no presidente Alvaro Uribe, mesmo depois de o Congresso americano ter bloqueado os 55 milhões de dólares do montante destinado a ajudar o país andino.

"O Plano Colômbia é um programa que vem demonstrando êxito durante os últimos anos", afirmou Sean McCormack, porta-voz do Departamento de Estado.

Ele reiterou confiança em que o Governo colombiano consiga levar à justiça os acusados no escândalo do envolvimento entre políticos e paramilitares.

"Acreditamos que o presidente Uribe se mantém sério em seus esforços", disse McCormack.

O presidente colombiano declarou na véspera estar preocupado com a repercussão internacional das denúncias que o relacionam e a sua família a paramilitares, e advertiu que se trata de uma estratégia da oposição para bloquear a aprovação do Tratado de Livre Comércio com os Estados Unidos e a ajuda militar ao país.

O Departamento de Estado emitiu na semana passada um certificado sinalizando que o governo e os militares colombianos cumprem as metas de respeito aos direitos humanos.

Isso permitiu que fosse liberado a última parte dos fundos de assistência militar para a Colômbia contidos no pressuposto americano de 2006. No entanto, o Congresso impôs uma retenção sobre os US$  55,2 milhões liberados.




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