O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Eros Grau, admitiu nesta quinta-feira que pode processar o colega de Supremo, Ricardo Lewandowski, que teve um ‘estranhamento’ com ele durante uma das sessões na semana passada que julgava a denúncia contra os 40 acusados de participar do escândalo do ‘Mensalão’ (espécie de ‘mesada’ paga a parlamentares da base aliada para que votassem a favor de projetos de interesse do governo).

Na sessão de quarta, um fotógrafo do jornal ‘O Globo’ flagrou Lewandowski trocando mensagens pela ‘Intranet’ com outra ministra da Suprema Corte, Carmen Lúcia. Na ocasião, ele disse que Grau poderia modificar seu voto com relação ao caso em decorrência do apoio que pretendia dar a Carlos Alberto Direito, que nos dias seguintes seria eleito o mais novo ministro do STF.

Eros Grau declarou nesta quinta que ficou magoado com o colega, mas ainda não sabe exatamente o que vai fazer. “Estou pensando, mas pretendo decidir sem nenhum açodamento”, assinalou.

Pressão – Grau também comentou outra polêmica envolvendo Lewandowski. De acordo com uma reportagem do jornal ‘Folha de S.Paulo’, ele afirmou, em uma conversa por telefone flagrada por uma repórter em Brasília, que a imprensa acuou os ministros do Supremo e que todos votaram com a faca no pescoço.

“Acho que com o meu tamanho não colocariam uma faca no meu pescoço”, ironizou Eros Grau, que tem cerca de 1,80 m e pesa aproximadamente 100 quilos.

Para o ministro, o tribunal agiu com correção ao aceitar a denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, e abrir pelo menos um processo contra os 40 suspeitos de participar do esquema fraudulento.