Cultura & Lazer Titulo
Leitor da região consome 3,3 milhões de livros
Por Nelson Albuquerque
Do Diário do Grande ABC
20/12/2009 | 07:02
Compartilhar notícia


No Grande ABC, a mulher lê mais que o homem. O número de leitores cresce conforme aumenta a escolaridade. E as classes A e B são as que mais se debruçam sobre os livros. A Pesquisa Socioeconômica do INPES (Instituto de Pesquisas da USCS - Universidade Municipal de São Caetano) traz dados interessantes sobre o perfil do leitor da região.

O principal é que o morador do Grande ABC, com mais de 18 anos, lê anualmente 1,87 obra, em média. Dos 2,6 milhões de habitantes das sete cidades, cerca de 1,78 milhão tem 18 anos ou mais. Isso significa que a região lê 3,3 milhões de livros por ano.

Parece um número considerável. Mas a média - mesmo sendo superior à nacional, de 1,5 - ainda está longe dos franceses, que leem cerca de sete obras ao ano, e abaixo inclusive de países como a Colômbia (2,4). Os números internacionais são da CBL (Câmara Brasileira do Livro), de 2005.

"O que mais influi no comportamento do leitor da região é a escolaridade", aponta o supervisor técnico do INPES, professor Leandro Campi Prearo. A pesquisa da USCS mostra que apenas 22,4% dos jovens com até o Ensino Fundamental leram pelo menos um livro no último ano. O número sobe para 73,8% entre aqueles com Ensino Superior completo.

Para Prearo, o jovem tem menos tempo e dinheiro para a leitura. "Ele está entrando no mercado de trabalho, ainda ganha menos e, além disso, tem um lazer mais intenso", explica o professor.

A média entre as pessoas que têm até Ensino Fundamental é de 0,77 livro por ano. Sobe para 2,01 entre aqueles com Ensino Médio. E para 4,36 entre os moradores da região com Ensino Superior completo.

A questão social também interfere de forma considerável. Enquanto 54% das classes A e B leram algum livro nos últimos 12 meses, apenas 11,9% das classes D e E fizeram o mesmo. O número da classe C fica em 32,8%.

Atualmente, um lançamento chega a custar cerca de R$ 40. E uma outra pesquisa - O Livro no Orçamento Familiar, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) - diz que o gasto médio da família brasileira com livros é de apenas R$ 11 por ano.

Isso representa apenas 0,05% da renda familiar. Além disso, só 7,47% da população do País compra obras não didáticas.

MAIS LEITORAS - A pesquisa INPES mostra que a mulher na região lê mais que os homens. Entre elas, 45,9% leram pelo menos um livro no último ano. Já entre os homens, apenas 36,6% dedicaram tempo à leitura. A média de livros lidos pelas mulheres é de 2,01 por ano, enquanto que eles leem 1,69.

No País, também há mais leitoras. O dado é do estudo Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro: entre os leitores brasileiros, 55% são mulheres e 45%, homens.

A pesquisa do Instituto Pró-Livro revela características interessantes da leitura no País. Apenas 35% dos brasileiros gostam de ler em seu tempo livre. A maioria prefere assistir televisão (77%), mas há também quem opte por escutar música (53%), descansar (50%) ou ouvir rádio (39%).

Entre as razões alegadas para não ler, as principais são falta de tempo (29%), não ser alfabetizado (28%) e desinteresse ou simplesmente não gostar de ler (27%).

ESCRITORES - O escritor nacional mais admirado pelos brasileiros é Monteiro Lobato, criador do Sítio do Picapau Amarelo e sua Emília e companhia. Na sequência vem Paulo Coelho, Jorge Amado e Machado de Assis.

Autor da Turma da Mônica, Mauricio de Sousa aparece em décimo lugar. Apenas cinco escritoras aparecem entre os 25 mais admirados: Cecília Meireles (6º lugar), Ruth Rocha (12º), Zibia Gasparetto (13º), Rachel de Queiroz (23º) e Clarice Lispector (25º). Os dados são também do Instituto Pró-Livro.

Para o brasileiro, a leitura significa conhecimento. Pelo menos esse é o item indicado por 26% dos entrevistados. Outras respostas foram algo importante (8%), crescimento profissional (8%), sabedoria (5%), desenvolvimento cultural (5%), importância social (4%) e prazer (4%).




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;