O ex-deputado estadual José Bittencourt deixará o PSD para migrar para o PR e manter promessa de candidatura própria à Prefeitura de Santo André em 2016. Parlamentar de três mandatos na Assembleia Legislativa, ele prevê a saída devido ao pouco espaço para encabeçar chapa majoritária no atual partido, que tanto no âmbito federal quanto no municipal faz parte do governo do PT, tendo participação no primeiro escalão em ambos os casos. Embora os republicanos também integrem gestões petistas nas duas esferas, há indicação que a sigla esteja sem amarras políticas na cidade.

Bittencourt se reuniu na quinta-feira à noite, com a direção local do PR e selou o acordo. A mudança deve ser efetivada na semana que vem, em evento de inauguração da sede municipal. A cúpula estadual já teria, inclusive, dado o aval para o projeto. A autorização, segundo informações, partiu do líder da bancada do PR no Parlamento paulista, deputado André do Prado. O ex-deputado admitiu as negociações em patamar avançado, mas evitou sacramentar o acerto. “Existe mais do que bons olhos a essa proposta. Há palavra dada, após evolução de conversas, entendimento de que podemos unir os grupos”, justificou Bittencourt.

O PT articula para contar no páreo com o PSD, presidido pelo secretário de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos, Paulinho Serra. Segundo Bittencourt – que havia protocolado a intenção de ser candidato ao Paço na estadual da agremiação e não obteve retorno –, “é inegável” que o alinhamento eleitoral, principalmente em Brasília, com o comandante nacional da sigla, Gilberto Kassab, no Ministério das Cidades, e na cidade deve ser estendido ao arco de alianças petista. “Fica difícil de dialogar desta forma. Queremos participar da disputa sucessória”, disse, afirmando que há roteiro partidário a cumprir nos próximos dias.

Presidente municipal do PR, Claudinei Beltrami sentenciou que existe 100% de clareza sobre a vinda de Bittencourt para liderar o projeto próprio, citando que outros dois partidos já sinalizaram interesse em composição. “Apresentaremos essa manobra e vamos tentar ocupar espaço de terceira via na eleição”, alegou. Em 2012, a legenda, que lançou somente José Batista Gusmão – hoje comissionado no Paço – à vereança, esteve na coligação do PT. “Ficamos estacionados. O processo foi mal conduzido. Apesar de ele (Gusmão) fazer parte (da administração), é questão pontual. Atualmente estamos em linha de independência.”

Paulinho não foi localizado para comentar o assunto.