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Sto.André julga 2009 de olho em 2010
Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
20/12/2009 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


A temporada 2010 está chegando, mas no Santo André ainda é tempo de assimilar os erros e acertos de 2009 para ter um ano estável, sem tantas oscilações e pleno de alegrias para jogadores, comissão técnica, diretoria e torcida. Assim, o presidente da Gestão Empresarial do clube, Ronan Maria Pinto (esq.), e o vice, Romualdo Magro Júnior, mudaram a forma de pensar o grupo para adaptá-lo ao Paulistão e à Série B do Brasileiro.

Trocas de treinadores, jogadores que não renderam, acusações de panelas no elenco e venda de jogos tumultuaram o ambiente do Ramalhão durante o Brasileirão e resultaram no rebaixamento à Segunda Divisão. No entanto, no balanço da temporada, os dirigentes trataram de explicar as polêmicas que envolveram o time.

"O planejamento não foi o adequado para o Brasileiro. Foi positivo para o Paulista, mas no Brasileiro não atingimos os objetivos que esperávamos, principalmente por causa das contratações. Fizemos algumas apostas que não aconteceram, além das mudanças de treinadores (Sérgio Guedes por Alexandre Gallo; depois Sérgio Soares)", comentou Ronan Maria Pinto.

Sobre as trocas no comando, o dirigente não escondeu o descontentamento com Sérgio Guedes e Gallo. "Na saída do Sérgio, ele declarou que houve interferência do presidente na escalação do time, mas acredito que, se ele falou isso, foi infeliz, porque não houve interferência. Citaram também o jogador Osny, que durante o tempo que o Sérgio ficou, trabalhou separado. Se quiséssemos interferir, faríamos lá atrás."

"O Alexandre Gallo faltou com respeito ao Santo André, porque abandonou o time dois dias antes do jogo contra o Atlético-MG. Depois, ele esteve aqui falando comigo e até hoje as causas não foram claras", disse o dirigente.

Ronan, porém, esclareceu que para trabalhar no Ramalhão o técnico tem de estar em harmonia com a diretoria. "Qualquer treinador do Santo André, hoje, tem de saber que precisa prestar contas. Não podemos contratar, entregar o time e ficar só assistindo. Queremos saber como é o trabalho."

Ao se referirem à possibilidade de haver panelas no grupo, lideradas pelo meia Marcelinho Carioca, os dois dirigentes foram contundentes. "Nunca houve panela no Santo André. É um time da torcida, da cidade, então não existe time do Marcelinho, do Ronan ou do Romualdo", disse o presidente. "Existe afinidade, amizade extra-campo, de frequentar a casa, sair, mas dentro do clube não", emendou o vice.

Quanto ao fato de o Santo André ter feito dois jogos do Brasileirão fora da cidade (contra o Corinthians, em São José do Rio Preto, e diante do São Paulo, em Ribeirão Preto), Romualdo negou ter vendido as partidas e chamou atenção à falta de condições do Estádio Bruno Daniel.

"A imprensa procura se apegar a algumas coisas. Se manda o jogo aqui, os comentários são negativos, de que não temos estrutura, que não merecemos estar na Primeira Divisão porque não oferecemos conforto para quem vem assistir e trabalhar. Se nós, por orientação da Polícia Militar, transferimos os jogos por serem considerados de alto risco, somos acusados de vendê-los. Isso é fruto de não ter um estádio adequado", salientou o vice-presidente.

Ronan revelou promessa do prefeito Aidan Ravin para 2010. "Em algumas conversas reservadas, o prefeito me disse que está finalizando a disponibilização de verba bastante considerável para uma ampla reforma no estádio. Segundo ele, essa reforma sai ainda em 2010. A vontade do prefeito é fazer um grande estádio que não fique devendo nada a um de tamanho médio do País", disse.

Os dirigentes afirmaram com orgulho que todos os salários estavam e estão em dia."Até hoje as contas estão em dia. O orçamento é apertado, mas não existe salário em atraso", disse Romualdo.

O presidente revelou as quantias que envolveram a temporada andreense e que devem ser reformuladas para 2010. "Se analisarmos o custo total, chega a R$ 1 milhão (por mês), contados gastos da base, da parceria com o Palestra, da manutenção do centro de treinamento, de alimentação e transporte, que são considerados investimentos. A folha do futebol profissional ficou em torno de R$ 650 mil", concluiu.

Dupla pretende reeleição em busca do retorno à Série A

A dupla formada por Ronan Maria Pinto e Romualdo Magro Júnior comanda a Gestão Empresarial do Santo André desde que a parceria foi confirmada, em outubro de 2007. Em maio do ano que vem, haverá reeleição de presidente e vice, e ambos já deixaram clara a intenção de concorrer novamente. Segundo eles, se o Ramalhão tivesse permanecido na elite nacional, não buscariam a reeleição. Como isso não ocorreu, pensam na continuidade como questão de honra.

"Nosso mandato vence em maio. Se o Santo André tivesse permanecido na Série A, talvez nem colocássemos nossos nomes e não continuássemos à frente da gestão, para dar oportunidade a outras pessoas de administrarem. Mas com essa saída, porque não considero queda ou rebaixamento, firmamos pacto de compromisso de buscar de novo e tentar permanecer na diretoria para colocar o Santo André na Série A, de onde não vai sair mais", prometeu o presidente. "É um processo democrático. Concorrerão outras chapas", esclareceu Romulado.

Depois desse período à frente do clube, os empresários admitiram ter adquirido experiência nas funções, pois não tinham conhecimento do esporte e hoje podem ser considerados também dirigentes.

A experiência, inclusive, fez com que montassem diretoria que pode fazer a diferença em 2010, e tirassem o foco totalmente de suas costas e do diretor de futebol Juraci Catarino. "Esta tentativa de montar um forte staff não é de agora. Fizemos outras com Müller e Caio Zanardi, mas não deram os resultados que esperávamos", comentou Romualdo. "Trouxemos o Carlito (Carlos Arini) para ser o diretor executivo de futebol, ou seja, vai ser o homem para falar sobre todas as categorias do futebol. O Juraci é o diretor de futebol profissional. E o Ricardo Navajas é o coordenador geral da base, de toda a garotada, supervisionará as parcerias e aqueles que estão emprestados a outros clubes" completou Ronan.

Dirigentes buscam recursos para melhorar Sta.Luzia

O CCT (Centro de Concentração e Treinamento) Santa Luzia, em Mauá, passou por reformas durante a temporada e dois novos campos foram construídos. No entanto, apenas as categorias de base estão utilizando as instalações. A meta do presidente Ronan Maria Pinto é encontrar parceiros para deixar o local em condições de também ser usado pelo time profissional.

"Estamos na busca de recursos para dar toda sustentabilidade também ao futebol profissional. Mas, primeiro, vamos equacionar a base", disse o dirigente. "O Santo André não tinha estrutura para a base e nem centro de treinamento. Hoje, está focado em primeiro lugar na base. Temos mais de 90 garotos alojados e três campos. Agora, a prioridade é a base", afirmou Ronan.

E é justamente esse forte trabalho com as categorias menores que vai render frutos para a nova filosofia do time profissional. "O ideal é ter uma espinha dorsal com jogadores de experiência e mesclar com garotos que o clube vai formando", concluiu o vice-presidente Romualdo Magro Júnior.




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