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'Prefeituras não estavam preparadas para o PAC'
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13/04/2009 | 07:01
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem em Recife (Pernambuco) que as prefeituras não estavam preparadas nem tinham projeto quando o governo federal lançou o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e anunciou que iria fazer "o mais poderoso investimento na área de saneamento básico e habitação popular". "Ou seja, todo mundo fazia campanha dizendo que ia acabar com as favelas, mas ninguém tinha projeto", afirmou o presidente, em entrevista coletiva depois de participar do velório do deputado federal Carlos Wilson Campos (PT-PE), no Palácio do Campo das Princesas (veja matéria nesta página).

Ao lado do governador Eduardo Campos (PSB), o presidente disse ainda que "a máquina pública foi preparada para fiscalizar e não para executar, porque o Brasil estava desabituado a fazer obras de infraestrutura".

"Tem mais gente para fiscalizar as coisas que você faz do que gente para fazer, porque durante muitas décadas nós não investimos em infraestrutura, os Estados não podiam investir e nós fomos criando órgãos de fiscalização". "Hoje temos grandes instrumentos de fiscalização e menos gestores para gerar obras públicas porque as pessoas desaprenderam", afirmou o presidente.

"O Brasil era o seguinte: os bancos públicos tinham desaprendido a emprestar dinheiro, o BNDES foi durante dez anos preparado apenas para privatizar e não para emprestar", complementou.

Para ele, "um bom projeto faz o dinheiro". "Se tiver o dinheiro e não tiver o projeto, não acontece nada", observou, ao defender que "hoje todas as prefeituras, todos os governadores e o governo federal estão muito mais preparados para apresentar prateleiras de projetos".

Segundo Lula, "quem vier depois de nós vai ter muito mais facilidade do que nós tivemos porque os ministérios e as secretarias ligadas à área de infraestrutura vão ter projetos prontos".

PACOTE - Os administradores dos 5.564 municípios do País esperam ansiosos para o anúncio hoje de um pacote de socorro do governo federal. Representantes das entidades que reúnem as prefeituras, entre elas a CNM (Confederação Nacional de Municípios) foram chamados, pela equipe do ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, para uma reunião no Planalto, ao meio-dia.

"Vamos ver se finalmente o governo anuncia alguma coisa. Não sei onde vão mexer, mas algo tem que ser feito pois a situação da crise é grave", desabafou o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

Na semana passada, a equipe econômica, pressionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sinalizou com a possibilidade de liberar R$ 1,2 bilhão do Orçamento para os municípios mais pobres. O valor corresponde ao montante que 1.367 cidades perderam, nos três primeiros meses deste ano, com a queda dos repasses federais relativos ao FPM (Fundo de Participação dos Municípios).




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