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Aos 92 anos, Partidão ainda é pequeno no Grande ABC

Legenda mais antiga do País, PCB não tem representantes na região desde a redemocratização

Júnior Carvalho
Especial para o Diário
07/04/2014 | 07:43
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André Henriques/20.09.2012/DGABC


O PCB (Partido Comunista Brasileiro) completou, em março, 92 anos de fundação. Embora seja o mais antigo do País em atividade, a legenda não teve motivos para comemorar nos últimos 30 anos. Pelo menos desde o fim do regime militar (1964 a 1985), a legenda nunca elegeu representantes no Grande ABC.

Com quase um século de história, a sigla que ficou conhecida como Partidão também não faz jus ao codinome quando o assunto é o quadro de filiados: são 204 integrantes espalhados por cinco das sete cidades da região – Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não possuem militantes.

Para o cientista político Rudá Ricci, a influência da igreja católica nos movimentos sindicais no fim da década de 1980 enfraqueceu a legenda comunista. “Lembro-me que, em uma das assembleias na Vila Euclides, em São Bernardo, uma enorme faixa foi estendida, com a imagem de Jesus Cristo de um lado e, de outro, a de Lula”, analisou.

Intimamente ligado à extinta União Soviética, o PCB passou a maior parte da sua história atuando na clandestinidade. Em 1960, para garantir registro na Justiça Eleitoral, o partido foi rebatizado com a atual denominação. Até então, a legenda era identificada como Partido Comunista do Brasil. O antigo título foi resgatado dois anos depois para a criação do PCdoB. A maioria dos filiados optou pela permanência no PCB, daí o apelido de Partidão. No início da década de 1990, a sigla passa por nova divisão, desta vez, dando origem ao PPS.

Das poucas eleições em que o PCB figurou na região nos últimos anos, na maioria delas a legenda compôs chapas com outros partidos de esquerda e extrema-esquerda, como o Psol e o PSTU. No pleito de 2012, a legenda não lançou candidatos a vereador no Grande ABC.

O único aspirante do PCB a prefeito no último pleito foi Vladão Trombini, que disputou o comando do Paço de Diadema – teve a candidatura impugnada e os votos anulados. O comunista, inclusive, foi eleito vereador pelo PCdoB em 1997. Ele já havia figurado os quadros de filiados do PCB anos antes.




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