A negociação entre o governo boliviano e a oposição para uma saída à crise deflagrada por decisões do presidente Evo Morales sobre a Constituinte e sua política de terras terminou bem nesta quinta-feira em La Paz com o compromisso de continuar no sábado.

"Foi uma reunião de aproximação, de esclarecimento de posições, ainda nada resolutivo. Esperamos continuar esta aproximação muito frutífera entre partidos políticos para tratar de todos os temas, sem exclusão, nos próximos dias", explicou o vice-presidente, Alvaro García.

Além de discutir a reforma da "lei de terras', por meio da qual Morales se propõe a acabar com os latifúndios e distribuir um quinto das áreas rurais entre indígenas e camponeses pobres, também se falou do anteprojeto de lei para a fiscalização dos governadores por parte do legislativo e do sistema de voto para a aprovação da nova Carta Magna na Assembléia Constituinte.

O vice-presidente também se disse otimista e elogiou a vontade política da oposição para alcançar um acordo.

"É um grande sinal de que é possível avançar no diálogo e a resolução, mas claramente isso não é rápido", afirmou.

Após quase quatro horas de diálogo, um dos negociadores, Arturo Murillo, da Unidade Nacional (de centro direita), comentou ter encontrado "boa disposição" no Governo para salvar a situação.