Pelo segundo ano seguido, a festa de 1º de Maio da CUT (Central Única dos Trabalhadores) está ameaçada. O Ministério Público do Estado de São Paulo pediu explicações à Central e à Prefeitura paulistana sobre as condições de segurança para a realização do evento no Parque da Independência, no Ipiranga.

A promotoria de Justiça do MP marcou uma audiência, para segunda-feira, convocando a Central e a Prefeitura de São Paulo por conta de uma Ação Civil Pública requerida pela Polícia Militar contra a realização da festa e de qualquer outro evento no local.

“Fomos surpreendidos com a convocação. A Polícia Militar acha que o local não é apropriado. Mas foi a Prefeitura que indicou o parque”, conta Edílson de Paula, presidente da CUT-SP. “De novo vamos ficar com essa tensão sobre o local onde será realizada a festa”, lamenta.

No ano passado, apenas 10 dias antes do evento na Avenida Paulista, a CUT conseguiu a autorização para realizar sua festa. No entanto, o próprio MP e a Prefeitura fizeram a Central se comprometer com questões de segurança e ainda buscar um novo endereço para o 1º de Maio deste ano.

“Foi o próprio Ministério Público que nos tirou na Avenida Paulista, pois nunca quisemos sair de lá. Fizemos três anos seguidos e nunca houve incidentes ou atrapalhamos ninguém, sempre cumprindo tudo o que foi exigido”, diz o sindicalista.

Segundo Edílson de Paula, além do Parque da Independência, só há um local para onde a festa poderia ir: para a Avenida Paulista. O presidente da CUT-SP rejeita qualquer proposta que seja sair da Capital para a realização do evento. No entanto, a Central deixa claro que, caso haja mudanças, a Prefeitura terá de arcar com os custos.

Na segunda-feira, a CUT-SP e a equipe contratada para montar a festa dos trabalhadores apresentarão todo o planejamento feito na planta do parque para a realização das comemorações.

Estrutura - Segundo a análise dos arquitetos e engenheiros da organização, o Parque da Independência supera a Avenida Paulista em capacidade em mais de 20 mil m². Além da estrutura já oferecida no local, o projeto da festa inclui aumentar as saídas de emergência e interditar a Avenida Nazaré, ao lado do parque, prometido pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) para ampliar a área de segurança do local.

Estão incluídos no projeto 700 pessoas no apoio, 100 profissionais da Brigada de Incêndio e postos médicos com UTIs móveis e equipes completas.