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Setor turístico resiste a atentados
Por Adriana Mompean
Do Diário do Grande ABC
31/07/2005 | 08:25
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Os ataques terroristas de 7 de julho em Londres e as ameaças de atentados em países como Itália e Dinamarca não conseguiram inibir a comercialização de viagens internacionais nas agências de turismo do Grande ABC, que estão comemorando o melhor julho em vendas dos últimos cinco anos. Entre as opções preferidas dos turistas da região estão principalmente os pacotes para a Europa, com roteiros, em sua maioria, que passam pela capital britânica. A desvalorização do dólar perante o real é apontada pelos empresários como o fator principal pelo crescimento médio de 35% nas vendas.

"Os ataques em Londres não tiveram nenhuma influência na escolha das viagens. O episódio foi bem diferente do 11 de Setembro, nos Estados Unidos, quando as vendas de viagens internacionais caíram em torno de 70% durante cerca de nove meses. O dólar baixo compensou o medo do terrorismo", acredita Michael Barkoczy, diretor da área internacional da CVC.

A empresa, com sede em Santo André e 106 filiais no país, registrou aumento de 30% nas vendas de pacotes neste mês na comparação com o mesmo período do ano passado. "Foi nosso melhor julho dos últimos cinco anos", diz Barkoczy. "Até nos preparamos para um possível cancelamento de viagens, conversamos com companhias áreas, mas nada aconteceu", afirma.

Na JVS Turismo, de São Caetano, a comercialização de pacotes internacionais teve incremento de 38% neste mês ante mesmo período do ano passado. De acordo com o sócio-proprietário Manoel Nogueira, as vendas de julho também foram as melhores dos últimos cinco anos. "A procura por pacotes para a Europa continua grande até outubro", afirma.

As vendas de viagens para o exterior levaram a agência Numatur, de Santo André, a registrar incremento de 35% nas vendas de viagens para fora do país. "Os clientes comentavam que estavam aproveitando a menor taxa de câmbio. Nosso maior movimento, cerca de 40%, foi por pacotes para a Europa. Não tivemos nenhuma desistência devido aos ataques terroristas em Londres e outras ameaças a países europeus", afirma Paulo Freitas, gerente da Numatur. Freitas também cita que o parcelamento de até dez vezes sem juros para a maioria dos destinos, contra cinco parcelas no ano passado, também incentivou a procura por destinos fora do Brasil.

As vendas de pacotes internacionais em julho foram as melhores para o mês nos últimos três anos na BBL Turismo, em Santo André. A empresa registrou aumento de 35% na comercialização de viagens na comparação com o mesmo período de 2004. "Nos últimos anos, o turismo nacional estava mais aquecido. Mas com a queda do dólar, as pessoas passaram a priorizar as viagens internacionais", afirma Nilce de Fátima Bubula, sócia proprietária da empresa.

Entretanto, Nilce e outros empresários da região acreditam que a ocorrência de novos ataques terroristas na Europa prejudicará a venda de viagens. "Um novo atentado, com certeza, começará a refletir no turismo internacional", diz.




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