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Em um mês, internações por
Covid recuam 31,5% na região

Especialista acredita que vacinação de idosos e o número de pessoas com anticorpos circulando tenham ajudado a frear o ritmo das hospitalizações

Por Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
11/05/2021 | 00:01
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Divulgação


O número de pacientes internados com o novo coronavírus no Grande ABC recuou 31,5% na comparação com um mês atrás. No dia 9 de abril eram 1.224 pessoas hospitalizadas na região e no domingo o registro caiu para 839. Levando em consideração apenas os doentes que estão em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) a baixa é de 24,9%, passando de 515 para 387 no mesmo período.

Os dados são da SP Covid Info Tracker, plataforma gerida por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista), da USP (Universidade de São Paulo) e do Cemeai (Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria), que consideram informações do governo do Estado.

De acordo com Paulo Rezende, infectologista e diretor do Hospital Santa Ana, de São Caetano, são duas as principais razões para a queda rápida no número de internações. A primeira é a vacinação, que já traz reflexo, principalmente, nas pessoas acima dos 80 anos, que já tomaram as duas doses dos imunizantes. Os anticorpos adquiridos pelo grande número de pessoas que já foram contaminadas pelo novo coronavírus também ajudam a reduzir o ritmo das internações – até ontem, no Grande ABC, o número de contaminados era de 182.406.

“Essa queda já era esperada. Em boa parte é reflexo da vacinação, mas também tem muita gente circulando que já foi infectada e produziu anticorpos para a doença, ou seja, acaba ficando mais protegido”, comentou o infectologista, que no hospital onde trabalha, em São Caetano, acusou queda de praticamente 25% na ocupação de leitos de UTI, passando de 25 internados há um mês para 12 no domingo.

Apesar de os números trazerem um certo alívio, o infectologista recomenda cuidado e lembra que a pandemia ainda não acabou, principalmente porque a maior parte da população ainda não foi vacinada. De acordo com Rezende, a expectativa por uma terceira onda da doença existe, mas não é possível prever quando nem como vai acometer as cidade do Grande ABC.

“Com o afrouxamento das medidas de isolamento pelo governo é natural que as pessoas saiam mais de casa. No Dia das Mães, por exemplo, pudermos ver centros de compras lotados com pessoas indo em busca de presentes. Esse é o grande risco que corremos, que haja uma nova onda de contaminações. Na segunda leva tivemos uma curva subindo sem controle, tanto de casos como de mortes, não houve um platô”, lamentou o especialista, que diz ser cedo para afirmar se a terceira onda pode ser tão letal quanto a segunda. “Tivemos muitos casos da variante de Manaus, que é mais agressiva. Naturalmente o vírus vai se modificando e devemos ter em breve novas variantes circulando por aqui e não sabemos quão perigosas elas são, por isso não dá para prever a letalidade de uma terceira onda nem quando isso vai ocorrer”, acrescenta.

Rezende, no entanto, celebra o fato de as vacinas disponíveis até agora no Brasil serem eficientes para o controle das novas cepas do vírus. “Os imunizantes estão preparados para nos proteger contra essas variantes que já apareceram, mas das que vão surgir no futuro, não sabemos. Por isso que é bem provável que tenhamos que tomar a vacina contra a Covid todos os anos, assim como fazemos com a da gripe”, finaliza o infectologista.  




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