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Ação arrecada eletrônicos e destina a
estudantes para auxiliar aulas remotas

Iniciativa visa aumentar acesso em comunidades; ponto de coleta está no shopping Praça da Moça

Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
29/04/2021 | 00:01
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Celso Luiz/DGABC


A pandemia mudou a forma de crianças e adolescentes frequentar a escola. No lugar de cadernos, aparelhos eletrônicos se tornaram a opção mais segura de aprender e se proteger do coronavírus. Mas um ano e um mês depois do primeiro caso da Covid no Grande ABC, famílias ainda não conseguiram se adaptar por não ter condições financeiras de investir em um celular ou computador. Essa é a razão do projeto Ajude a Não Deixar Nenhum Estudante para Trás, que começou ontem no Shopping Praça da Moça, em Diadema, e que visa arrecadar equipamentos eletrônicos usados para alunos de Diadema.

O ponto principal de coleta da campanha fica no piso paineira do empreendimento, no espaço Coworking. A ideia é recolher aparelhos que estejam em bom estado para o uso e que sigam alguns requisitos. Celular e tablet, por exemplo, devem ter quatro anos de uso, conexão de wifi e 3G funcionando e ser doado com carregador. Já notebook, até seis anos de uso, deve ser doado com carregador, também conexão de wifi e pelo menos uma porta USB funcionando, HD com capacidade mínima de 256GB e memória Ram mínima de 4GB. A equipe do centro de compras pede que no caso de doação de notebook a equipe de segurança do shopping seja acionada.

Os equipamentos recolhidos serão analisados por equipe voluntária que fará revisão técnica e encaminhará para alunos de escolas de Diadema, iniciando pelas EE (Escola Estadual) Antonieta Borges Alves e EE Jose Piaulino.

Na fila de espera por um aparelho está a auxiliar de limpeza Josiane da Silva Santos, 46 anos, e sua filha, Ana Júlia Santos Moraes, 14, aluna da escola Antonieta Borges Alves e que moram no bairro Conceição, em Diadema. Josiane relata que a falta de um aparelho para a filha é seu “maior desespero” no momento. A família possui um único celular e, além de estar quebrado, não dá conta de atender as pessoas que precisam, já que na casa, o outro filho de Josiane, Jean Kevin, 11, também estuda on-line. <EM>“Trabalho de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, horário em que eles precisam estudar. Como levo meu celular para o trabalho, até para conversar com meus vizinhos e perguntar se eles estão bem em casa tenho dificuldade. Estou desesperada com isso”, lamenta a mãe.

O único aparelho da casa tem problemas e trava, ou seja, também não dá conta das aulas on-line, segundo Josiane. “Uso para ligar, desligar e mandar mensagem, mais que isso ele trava”, relata.

Na mesma situação que Josiane, Thalia Thainá da Silva, 23, que está desempregada, espera pelo aparelho para ajudar seu filho, Eduardo, 6, aluno da escola José Piaulino. “No momento estamos sem celular que ele possa acompanhar. O meu celular não dá para fazer nada. Tem muita lição acumulada. Está complicado”, observa a mãe.

O aparelho que Thalia tem está sem áudio, ou seja, também dá conta de assistir aos conteúdos. “Acredito que ele vai sem nota no primeiro bimestre”, lamenta. 




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