Com o primeiro passo embrionário da Linha 20-Rosa, que pode ligar no futuro o Grande ABC à Capital por Metrô, o presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (Cidadania), alegou que a preferência do colegiado seria que o governo de São Paulo, comandado por João Doria (PSDB), priorizasse a retomada da Linha 18-Bronze, via monotrilho, uma vez que há proposta concreta do grupo chinês BYD para resgatar o projeto original, enterrado há um ano e trocado por BRT (transporte rápido por ônibus, na sigla em inglês).

“Preferíamos que (no Estado) se priorizasse a Linha 18. Sequer resolveram esse impasse da Linha 18. Vejo falta de argumentos técnicos e imposição para se implantar BRT. Não enxerguei até agora razão plausível para que seja executado modelo de BRT, nada mais nada menos do que um corredor de ônibus. Agora, no que diz respeito ao monotrilho, temos série de alegações favoráveis, como velocidade, eficiência, capacidade, demanda, recursos advindos do BYD. Mais uma vez: não existe justificativa técnica para se impor BRT na região”, sustentou Maranhão, engenheiro de formação.

O dirigente do Consórcio reiterou que os prefeitos, em sua maioria, gostariam que o projeto reconfigurado pela Secretaria dos Transportes Metropolitanos, nas mãos de Alexandre Baldy, fosse revisto. Segundo ele, até pela representatividade e grande conurbação do Grande ABC, BRT a essa altura “não é solução adequada”. O Estado não deu retorno em relação à proposta do BYD no começo de julho no Palácio dos Bandeirantes. “Tivemos a impressão que foi vista com bons olhos, mas, posteriormente, não recebemos qualquer resposta. Buscaremos marcar encontro com Baldy e Rodrigo Garcia (DEM, vice-governador) para tentarmos rever essa alternativa.”

Em reunião com deputados da comissão de transportes da Assembleia Legislativa, na semana passada, Baldy ignorou perguntas de parlamentares relacionadas à proposta do grupo BYD. Pontuou, por sua vez, que deseja dar início às obras do BRT ainda em 2020.

CERTAME
De acordo com ata da sessão pública registrada ontem pelo Metrô, dez empresas participaram do processo da apresentação de propostas para formulação do projeto funcional da Linha 20. Os valores variaram entre R$ 5,31 milhões e R$ 13,58 milhões – metade das concorrentes encaminhou plano financeiro na casa dos R$ 5 milhões. A melhor oferta, sob critério do edital de menor preço pelo estudo, foi formalizada pelo Consórcio GPO-Geocompany-Geotec, composto por GPO Sistran Engenharia Ltda, Gelcompany Tecnologia Engenharia e Meio Ambiente Ltda e Geotec Consultoria Ambiental Ltda.

A sessão de ontem se limitava ao recebimento e abertura das propostas, além de cobrar do consórcio que ofertou o melhor preço apresentação, no quinto dia útil subsequente, da planilha de serviços e valores, bem como documentos para habilitação. Apesar da realização do certame, a comunicação do governo tucano não respondeu questionamentos da equipe do Diário a respeito da seleção das propostas. Sintetizou, por telefone, que as informações estarão publicadas nos próximos dias no Diário Oficial.