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PAC ainda gera grandes expectativas no setor empresarial
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
15/04/2007 | 07:08
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Passados pouco mais de 100 dias do segundo mandato do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, sua principal bandeira – o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) – avançou pouco, mas ainda gera grandes expectativas no setor empresarial da região.

Não é para menos. O pacote de medidas toca em questões importantes: investimentos em infra-estrutura que remontam R$ 504 bilhões até 2010 para eliminar gargalos e aumentar a produtividade das empresas, o estímulo ao crédito e ao financiamento, medidas para melhorar o ambiente de investimentos e para a desoneração tributária e medidas fiscais de longo prazo.

"É inegável que toda iniciativa do governo federal que tem a possibilidade de alavancar o crescimento é bem vinda”, afirmou o empresário e vice-presidente do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Fausto Cestari.

O programa agradou especialmente ao setor da construção civil, que é contemplado com diversas medidas de estímulo, entre elas a concessão de crédito da União à Caixa Econômica Federal para aplicação em saneamento e habitação (R$ 5,2 bilhões).

"Aguardamos de braços abertos. A expectativa é das melhores”, afirmou o presidente da Acigabc (Associação das Construtoras, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC), Milton Bigucci. Para ele, é normal que haja alguma morosidade no início, já que vários pontos do PAC dependem de aprovação no Congresso.

Além da construção civil, diversos outros setores da economia devem se beneficiar. Segundo o presidente da Anfavea (Associação dos Fabricantes de Veículos Automotores), Rogelio Golfarb, o PAC é “uma ferramenta de competitividade”, por enfrentar gargalos logísticos – na região Sudeste estão previstos R$ 6,1 bilhões em investimentos em transportes, o que inclui o trecho Sul do Rodoanel e melhorias no Porto de Santos, por exemplo.

CRÍTICAS - As expectativas são boas, mas também há muitas críticas. Para o diretor adjunto do Ciesp de Santo André, Shotoku Yamamoto, pode haver dificuldade na captação de recursos. Dos R$ 504 bilhões previstos, mais de R$ 200 bilhões viriam do setor privado. “Como a taxa real de juros é muito alta, os setores preferem comprar títulos públicos”, disse.

Já Cestari avalia que faltam marcos regulatórios mais claros, que encorajem empresas a aportar capital em projetos com retorno após 20 anos.




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