Política Titulo Pé no freio
Câmara de Diadema recua sobre reajuste abusivo da água

Vereadores deixam audiência em segundo plano, mas cobram melhorias da Saned

Raphael Rocha
do Diário do Grande ABC
22/04/2012 | 07:00
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Após garantir que iria protocolar pedido de audiência pública para investigar os aumentos abusivos nas contas de água em Diadema, a Câmara recuou depois das explicações da diretora-presidente da Saned (Companhia de Saneamento de Diadema), Neuceli Boccatto - que esteve no Parlamento há duas semanas. Apesar de colocar o pé no freio na pressão contra a autarquia, os vereadores exigiram mudanças no sistema de análise de vazamentos.

O principal pedido é com relação à detecção de vazamentos nas residências com variações nos boletos. Os parlamentares sugeriram que a Saned disponibilize profissionais para verificação de problemas na distribuição de água e cobre tarifas sociais de visita dos servidores, para sanar reclamações de munícipes. Em alguns casos, as contas subiram até 1.069%, conforme publicou o Diário em fevereiro.

Na quinta-feira, grupo de moradores protestou na sessão do Legislativo. A presença dos munícipes fez o presidente da Casa, Laércio Soares (PCdoB), protocolar ofício pedindo explicações da autarquia. "A direção da Saned garantiu que adotou medidas. Mas essas ações vão resolver? Ainda não sabemos. Se não, vamos montar a audiência pública para ver esses problemas. Não teremos alternativa", afirmou o comunista.

Quando as primeiras reclamações começaram a surgir, o prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), justificou alguns aumentos devido à média dos valores de três meses e disse que os problemas mais graves eram apenas "pontuais". Na ocasião, houve registro de demissões de profissionais que atuavam no serviço de verificação dos hidrômetros de todas as casas da cidade.

A Saned informou que contratou empresa especializada para reforçar a equipe de agentes comerciais, responsáveis pela leitura dos hidrômetros. A medida visa evitar a emissão de contas pela média de consumo. O serviço está sendo executado desde o dia 2.

A autarquia afirmou ainda que investiu R$ 210 mil na construção de laboratório para aferir a precisão do hidrômetro instalado nas residências. "Caso se confirmem erros na medição, esse serviço será gratuito, o hidrômetro substituído e a conta recalculada", assegurou a empresa, que ainda neste ano deve mudar para CAED (Companhia de Água e Esgoto de Diadema), após venda da Saned para a Sabesp.




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