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Refugiados procuram parentes desaparecidos
Por Do Diário do Grande ABC
13/04/1999 | 08:59
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``Missing family. Buscamos Ezgona Ksbaqi, quatro anos, morena, de Pristina'. Um pedaço de papel entre centenas de outros, afixados em um grande muro branco na entrada do Campo de Brazda pelos refugiados albaneses de Kosovo que perderam familiares durante seu êxodo para a Macedônia.

Cada pequena mensagem diz muito sobre o sofrimento e as provaçoes que tiveram de ser enfrentadas pelos refugiados.

Os pais que desapareceram durante a fuga precipitada de Kosovo, a separaçao de famílias pela polícia macedônia quando chegaram à fronteira iugoslava e depois durante a evacuaçao do acampamento improvisado de Blace, perto de Skopje.

``Enver Ramadani procura sua família de Pristina. Estamos em Brazda, tenda B 27', está escrito em uma das mensagens. ``Basri Sedjiu procura sua mulher, suas duas filhas e seu filho', diz outra.

Dniazi Murati observa cada pedaço de papel em busca de seus pais, que perdeu quando tiveram de fugir de seu povoado, perto de Pristina, no primeiro dia dos ataques da Otan sobre a Iugoslávia, dia 24 de março.

Durante horas, Murati, que encontrou abrigo em casa de uns primos albaneses da Macedônia, percorreu todo o acampamento, entrou nas tendas de campanha e visitou o hospital. Agora procura no muro das mensagens.

``Mas há tantas. Também nao sei se estao neste acampamento e nem mesmo se estao na Macedônia', lamenta.

A seu lado, quatro irmas de entre 11 e 21 anos de Pristina lêem também cada papelzinho em busca de seus pais, dos quais foram separadas no dia em que chegaram a Blace, há uma semana.

``Estamos aqui diariamente, sem resultado', murmura a mais velha. ``Em cada família de refugiados, falta alguém', explica o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR), encarregado de reunir as famílias, e que regou um cartaz com todos os nomes das crianças e adolescentes, com idades compreendidas entre cinco e 19 anos, que buscam seus pais.




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