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Rodoanel ainda espera por postos de serviço

Instalação de áreas para descanso e abastecimento de combustíveis está atrasada em um ano

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
08/01/2019 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 Após um ano de negociações, o governo do Estado, por meio da Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo), enfim deu início ao processo para instalação de postos de serviços no Rodoanel Mário Covas. Por meio de consulta pública, usuários que circulam pela estrada podem apresentar sugestões ao projeto até o dia 31 de janeiro. Embora não haja prazos para lançamento do edital, a expectativa é a de que o certame seja aberto aos interessados logo após esta etapa. O trecho Oeste do Rodoanel foi inaugurado em 2002, já o Sul, em 2010, e o Leste opera desde 2015 – os dois últimos cortam a região.

Antiga reivindicação de motoristas, a instalação dos postos de serviço irá abranger os quatro trechos do anel viário (Leste, Oeste, Sul e Norte). A ideia é que os espaços ofereçam infraestrutura para abastecimento de combustíveis, além de serviços mínimos obrigatórios, como, por exemplo, apoio de borracharia, autoelétrico e mecânica, área de alimentação e loja de conveniência. Atualmente, nenhum desses itens está disponível para os usuários.

No esboço apresentado pela Artesp, cada trecho do Rodoanel terá um posto de serviço que poderá ser construído em áreas privadas – que serão desapropriadas ou transferidas para o Estado –, ou utilizar espaços públicos que serão disponibilizados no momento da publicação do edital.

O modelo adotado será o de concessão onerosa pelo prazo de 30 anos. Para isso, serão licitados dois lotes. Um responsável pelos trechos Leste e Sul, enquanto o outro ficará encarregado pelos equipamentos dos trechos Oeste e Norte. Ao longo do contrato, o operador poderá propor a implantação de nova área por trecho, podendo totalizar até oito postos e pontos de descanso nos dois lotes.

De acordo com o governo estadual, a concessão permitirá, ainda, que os vencedores da licitação desenvolvam empreendimentos e atividades com finalidade associada que tragam benefícios diretos aos usuários do Rodoanel, como a implantação de centros de compras e novos serviços, configurando atividades com potencial para gerar receita adicional. A medida pode impactar diretamente municípios vizinhos à rodovia com a geração de empregos diretos e indiretos.

INFRAESTRUTURA

A construção dos postos de serviços deverá ser feita em áreas de ao menos 30 mil m² e deve atender a requisitos mínimos (veja arte acima). O espaço de descanso para caminhoneiros, por exemplo, deverá ter, no mínimo, 30 vagas, além de contar com sala com TV e refeitório com fogão, micro-ondas e refrigeradores.

Os postos terão local para abastecimento de combustível, com serviços emergenciais de reparos mecânicos, restaurante com serviço de internet gratuito e telefone público.

Usuários destacam o atraso para que o anel viário receba estrutura. “A gente tem de se virar nos 30 para cochilar à noite e comer”, relata o caminhoneiro Edvaldo Enéas da Silva, 55 anos, que todos os dias faz o trajeto de Indaiatuba, no Interior, até o Porto de Santos, com carga de sabão em pó. “A rodovia é muito perigosa, e sem postos de serviço, muitos evitam parar aqui. Eu mesmo já fiquei sem almoçar por conta disso”, conta.

O eletricista João Batista, 47, relata ainda dificuldades em casos de pane mecânica. “Já tive problema no motor e não tinha lugar para realizar esses serviços”, lembra.




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