O secretário de Segurança Alimentar e presidente do PSB de Diadema, Manoel José da Silva, o Adelson, deu ultimato ao prefeito Mário Reali (PT) para manter um socialista como vice na chapa petista que concorrerá à reeleição em outubro. A postura, porém, afasta o PSB do arco de alianças, já que dificilmente Reali cederá à pressão de Adelson.

No começo da semana, partidos governistas se reuniram para tentar apresentar no máximo dois nomes para escolha do PT. Adelson se mostrou irredutível quanto à manutenção do PSB como vice de Reali, alegando não haver razões plausíveis para a troca na composição majoritária. Sem respaldo dos demais aliados, o líder socialista se recusou a participar do segundo encontro entre os situacionistas e a alta cúpula do governo, realizado na quarta-feira.

Adelson encaminhou carta ao prefeito, dizendo não aceitar alterações na chapa petista, exigindo que o PSB continue com a vice e dando prazo até o dia 30 para que Reali decida se acatará o pedido. Caso o PT não aceite a ordem, a sigla socialista lançará candidatura própria e vai abandonar a Secretaria de Segurança Alimentar.

Na semana passada, Adelson afirmou que a postura adotada se referia à resolução nacional do PSB, que determina lançamento de candidatura própria ou composição de vice em cidades com mais de 200 mil habitantes. "Não coloquei o prefeito contra a parede. Quero administrar junto com o PT, quero apoiar o Mário. Mas tenho de defender meu partido", que negou ter enviado carta ao prefeito com as exigências eleitorais.

A atitude de Adelson foi compreendida como faca no pescoço a Reali e distanciou o PSB de manter a vice. O prefeito nunca escondeu desejo de continuidade de Gilson Menezes (PSB) no posto, mas sabia que o ex-prefeito por dois mandatos não goza de prestígio no partido e também junto às siglas. Com remotas possibilidades de manutenção de Gilson na chapa, o petista aceitou dialogar com o restante das legendas governistas.

O cenário atual mostra divergência na escolha do vice. O PMDB indicou a vereadora Cida Ferreira, o PDT apresentou o presidente municipal Américo Nicolatti, o PR quer o empresário Osvaldo Basso e o PPS não abriu mão do vereador João Pedro Merenda. Os dois últimos nomes ganharam força nos últimos dias, devido à articulação que aproximou PPS, PR e PCdoB, que tem como principal expoente o presidente da Câmara, Laércio Soares.

Câmara aprova mudança jurídica da Florestan Fernandes 

A Câmara de Diadema aprovou ontem, em primeira discussão, projeto que altera o corpo jurídico da Fundação Florestan Fernandes. A Prefeitura pretende transformar a autarquia municipal em instituição de direito público. Hoje, a Florestan Fernandes é registrada como de natureza jurídica de direito privado, que, na prática, pode sofrer interferência de particulares.

O prefeito Mário Reali (PT), em mensagem ao Legislativo, informou que a mudança serve para adequar as atividades da autarquia. "A Fundação Florestan Fernandes, quando de sua criação, deve por concepção ser uma fundação de natureza jurídica de direito privado, pois, na ocasião, se espera uma participação efetiva e incisiva de empresas e instituições privadas na implantação e desenvolvimento das políticas de formação profissional para Diadema, com a integração dos esforços de profissionalização desenvolvidos pelos diversos agentes sociais do município."

Reali afirmou que, com o passar dos anos, a atuação da Fundação Florestan Fernandes "se fortaleceu como verdadeira instituição jurídica de direito público", já que o suporte privado não se concretizou nas ações desenvolvidas pela autarquia.

A Florestan Fernandes é administrada hoje por José Francisco Alves (PMDB) e conta com orçamento anual de R$ 5,4 milhões, segundo a peça orçamentária de 2012 da Prefeitura.