Prestes a deixar a diretoria administrativa da Câmara de São Caetano, Nilson Bonome (PMDB) indicou substituta para o posto. Internamente, ganhou força o nome de Patrícia Sá, que já trabalha como assessora no Legislativo.

Bonome anunciou na segunda-feira saída do cargo pelo qual foi nomeado pelo presidente da Casa, Pio Mielo (PMDB), em janeiro. Oficialmente, ele atrelou sua decisão ao seu futuro político-eleitoral. Bonome disse que tentará disputar cadeira de deputado no pleito de 2018. A legislação eleitoral, porém, permitiria que o peemedebista ficasse pelo menos mais um ano no cargo.

Nos bastidores, ventila-se que o ex-supersecretário do governo de Paulo Pinheiro (PMDB) teria criado desconforto com os parlamentares ao tentar intensificar a oposição à gestão do prefeito José Auricchio Júnior (PSDB), seu desafeto político. Mesmo com a bancada de oposição sendo maioria – são dez dos 19 integrantes –, os vereadores não estariam dispostos a acentuar confronto com o Palácio da Cerâmica.

A postura pró-governo de Pio nas últimas sessões evidencia o clima harmonioso entre o Paço e o Legislativo. Na semana passada, todos os parlamentares votaram favoráveis a projeto de Auricchio que restringe o acesso a bolsas de estudo na USCS (Universidade Municipal de São Caetano) e põe fim à gratuidade de mensalidades para cursos de medicina e de pós-graduação.

O ingresso de Bonome em cargo da cúpula do Legislativo não tinha sido bem digerida pelo governo Auricchio, uma vez que o peemedebista foi o principal patrocinador da votação, em 2015, que rejeitou as contas do tucano relativas ao exercício de 2012. O parecer do TCE (Tribunal de Contas do Estado) já sugeria a rejeição dos gastos. A derrota só foi revertida porque Auricchio judicializou a análise de suas contas e conseguiu que a Justiça comum determinasse a revisão dos gastos.

Chegou-se a especular pelos corredores da Câmara que Andreia Neves (PMDB), também ex-secretária de Paulo Pinheiro, substituiria Bonome no posto.

A última vez que Bonome figurou as urnas foi em 2014, quando candidatou-se a deputado estadual – obteve 15.861 votos, na ocasião. Procurado pelo Diário, o peemedebista não atendeu aos contatos.