A história das artes visuais brasileiras será contada a partir deste domingo na maior exposiçao coletiva já realizada no país. A festa de inauguraçao acontece a partir das 20h com a presença do presidente Fernando Henrique. Brasil+500 - Mostra do Redescobrimento revela um país clandestino tanto para brasileiros como para estrangeiros, na mais significativa e emblemática comemoraçao dos 500 anos do descobrimento.

  De terça-feira (dia 25), quando abre ao público, até 7 de setembro, Brasil+500 exibirá cerca de 15 mil obras, da pré-história brasileira aos dias de hoje, organizadas em 13 módulos que se espalham por 60 mil m² no Parque Ibirapuera. Além dos pavilhoes da Bienal e Padre Manoel da Nóbrega, foram ocupados o Cine Caverna, uma instalaçao totalmente vedada, construída ao lado do prédio da Fundaçao Bienal, feita especialmente para exibiçao do documentário Antes - Uma Viagem pela Pré-História, e a Oca (o antigo Museu da Aeronáutica).

A partir de outubro, a mostra começa a viajar por outras 11 capitais brasileiras, seguindo ainda para 17 museus internacionais. O período de itinerância do evento vai até 2002 e a expectativa dos organizadores é que ele seja visto por 10 milhoes de pessoas em todo o mundo, sendo 2 milhoes apenas em Sao Paulo. 

Carta de Caminha - Na cerimônia de domingo, só para convidados, o presidente da República receberá simbolicamente a Carta de Pero Vaz de Caminha, destaque da mostra. O documento será exposto para o público de Sao Paulo e, depois, no Rio, Salvador e Brasília. A Carta de Caminha só havia deixado Portugal uma vez, em 1954, para as comemoraçoes do IV Centenário de Sao Paulo.

Brasil+500 - Mostra do Redescobrimento consumiu R$ 40 milhoes, valor financiado pela iniciativa privada. Sao cerca de 20 patrocinadores principais, na maior açao de patrocínio feita no país.

A Associaçao Brasil 500 Anos, da Fundaçao Bienal de Sao Paulo e organizadora de Brasil+500, pretende melhorar a imagem do país no exterior e deixar um marco na cultura brasileira com este evento. "É um trabalho importante para entrarmos com força no processo de globalizaçao e, também, para assumirmos uma maior responsabilidade no cenário internacional", disse Edemar Cid Ferreira, presidente da Associaçao. 

Para o curador-geral da Mostra do Redescobrimento, Nelson Aguillar, este evento preencherá uma lacuna na cultura brasileira: "Fizemos tudo, desde janeiro de 1997, para mostrar a arte de um país clandestino, com um resultado inédito, levando ao auto-reconhecimento dos brasileiros".