Esportes Titulo Santo André de volta á elite
Santo André vence Barretos e fica a um passo da volta à elite

Equipe do Grande ABC faz 2 a 0 e leva
vantagem para jogo da volta no Interior

Dérek Bittencourt
24/04/2016 | 07:00
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André Henriques/DGABC:


O Santo André está a um passo de voltar à elite do Campeonato Paulista. Ontem à tarde, o Ramalhão recebeu o Barretos no Estádio Bruno Daniel, aplicou 2 a 0 – com dois gols de Fernando – e abriu vantagem na semifinal da Série A-2. Agora, a equipe do Grande ABC pode empatar ou até perder por um tento de diferença na partida de sábado, no Interior, que sela o retorno à Primeira Divisão de São Paulo. Caso o time adversário triunfe pelo mesmo placar, a decisão de quem sobe e se garante na final do torneio será nas penalidades.
A festa no estádio andreense começou duas horas antes de a bola rolar, quando a torcida passou a chegar e a se posicionar na Avenida Capitão Mário Toledo de Camargo para recepcionar o ônibus da delegação (leia mais sobre abaixo). Aliás, os ramalhinos compareceram em peso ao Bruno Daniel: 5.856 pagantes. Para não decepcionar tanta gente, o Santo André fez o dever e propôs o jogo desde o início. Prova disso foi que logo aos dois minutos o lateral-esquerdo Paulo chegou à linha de fundo e cruzou rasteiro em direção da marca do pênalti; Fernando – que seria o homem da partida – pegou de primeira, muito embaixo, e isolou.
O lado canhoto era o caminho escolhido pelo Ramalhão para entrar na defesa do Barretos. Guilherme Garré e Paulo davam trabalho aos defensores adversários. Tanto que não demorou para o técnico Vilson Tadei reforçar a marcação por ali.
O tempo foi passando e o Ramalhão não seguiu com aquele ímpeto inicial. Pelo contrário: girava a bola em busca de espaço. Sem encontrar, teve de procurar alternativa, como fez Agenor ao arriscar de longe e obrigar Beliato a grande defesa.
O visitante, por sua vez, tinha proposta clara: apostar no contra-ataque. E aos 43 minutos, no primeiro erro andreense, Chuck pegou a bola no campo de defesa, correu até a grande área e chutou firma para defesa milagrosa de Zé Carlos.
Na segunda etapa, Toninho Cecílio abriu mão de um volante e apostou na velocidade de Róbson. Deu pronto resultado e, aos seis, quase que o atacante fez o gol, mas foi travado no momento do chute.
Foi a partir daí que começou a brilhar a estrela de Fernando. Aos 15, o Ramalhão pressionou a saída de bola, o meia recebeu em profundidade e, com calma, bateu na saída de Beliato para abrir o placar – homenageou o sobrinho na comemoração. Aos 33, o próprio camisa 10 – que substituía o suspenso, ídolo e artilheiro Branquinho – sofreu pênalti discutível, mas ele próprio foi para a cobrança, converteu deslocando o goleiro e aumentou a vantagem ramalhina.

Substituto de Branquinho, Fernando brilha e faz gols do triunfo
O jogo é contra o Barretos? Chama o Fernando. Ontem à tarde o meio-campista substituiu o suspenso Branquinho, assumiu a camisa 10 do Santo André e foi mais uma vez o algoz do time do Interior. Na primeira fase, foi justamente ele quem marcou o gol da vitória por 1 a 0, também no Bruno Daniel. Desta vez, ele guardou dois tentos – o segundo depois de ter sofrido a penalidade – e comemorou após o jogo.
“Graças a Deus nas duas vezes contra o Barretos, foram minhas duas voltas como titular e tive felicidade de fazer três gols. A gente espera que na próxima partida, se o professor colocar a gente, a gente possa fazer mais um para ajudar a equipe e ajudar no acesso”, disse Fernando. “Vitória importantíssima, correspondemos em casa, conseguimos resultado importante, agora vamos jogar fora, temos mais 90 minutos, é colocar os pés no chão, trabalhar bem durante a semana, ver os pontos fortes e fracos deste jogo, acertar e sair de lá com o acesso”, concluiu o meia ramalhino.

Ramalhinos fazem a festa no Brunão
Na chegada do ônibus com delegação do time, torcedores criaram clima alegre, entoaram cânticos e soltaram rojões

RODRIGO MOZELLI
Especial para o Diário
rodrigomozelli@dgabc.com.br

Durante a chegada dos ônibus com as equipes de Santo André e Barretos ao Estádio Bruno Daniel, a torcida andreense recepcionou os jogadores com muita festa e cânticos. Fogos, bandeirões e fumaça com as cores do clube também estiveram presentes. Na chegada do time adversário, o destaque ficou pelas vaias e apoio ao Ramalhão.
Já dentro do estádio, os aficionados continuaram fazendo bonito e ainda estavam chegando após 13 minutos de peleja. Apesar de combinado, aparentemente, alguns dos 5.856 torcedores – maior público desde as semifinais do Campeonato Paulista de 2010, contra o Barueri – vieram com camisas dos quatro grandes clubes do Estado, além da Argentina, do Brasil e equipes menores, por exemplo. Mas a maioria esteve com o manto andreense e todos apoiaram bastante os jogadores em campo, cantando muito e vibrando com cada jogada a favor, além de pegarem no pé do goleiro Júnior Beliato, que tem passagem pelo rival São Caetano.
Alguns ainda foram sortudos e puderam tentar chutar a gol e ganhar prêmio durante o intervalo – ninguém acertou o objetivo. Porém, conforme o tempo passava e o gol não saía, os torcedores começaram a se aquietar e a se irritar em sinal de impaciência. Com o gol de Fernando, aos 15 minutos, a alegria foi tanta que um torcedor sem camisa invadiu o gramado, mas rapidamente retornou à arquibancada. Mesmo assim, a polícia prendeu o rapaz.
No interior do estádio, a loja montada abaixo da arquibancada vendia camisas oficiais da temporada 2015 e as réplicas da conquista da Copa do Brasil de 2004 em promoção, o que rendeu frutos. Das 190 disponibilizadas, cerca de 170 foram vendidas até o intervalo do confronto, sendo que os uniformes atuais estavam esgotados.
Para o lado da equipe do Interior, cerca de 60 fanáticos percorreram os cerca de 490 quilômetros até a cidade do Grande ABC. A atuação deles foi tímida, mas a presença vale o registro.

Fanáticos se destacam na multidão
Entre os ramalhinos que compareceram ontem ao duelo ante o Barretos, muitos curtiram – e curtem – bastante a experiência de assistir à equipe amada.
É o caso de Dante Stefani, 71 anos, aposentado que torce para o Ramalhão desde a fundação, em 1967. “Tudo o que é de Santo André eu amo, até porque eu nasci aqui, então é meio que obrigação torcer para este time. Não torço para nenhum outro, nem para a Seleção Brasileira. Minha seleção é o Santo André”, conta o fã ramalhino.
Dante Stefani afirmou também que confia no avanço da equipe para mais uma final. “Toda vez que o Santo André chega em finais, surpreende, apesar de o time não estar correspondendo muito. Já fui no Maracanã quando o time ganhou do Flamengo (na final da Copa do Brasil de 2004), já fui em muitas finais, então a esperança é que consiga novamente a vitória.”
Quem também foi prestigiar o Ramalhão foi o casal André Luiz da Silva Ferreira, 25, ajudante geral, e Maíra Mitsuehi, 36, agente de atendimento. Ela torce para o clube desde criança, pois nasceu na cidade. “Já eu comecei a gostar por causa dela, mas também torço pelo Palmeiras”, disse o ajudante geral. Maíra ainda afirmou amar o Santo André e a cidade. “Não quero sair daqui jamais”, disse.
Eles pretendem ir ao Bruno Daniel assistir a uma eventual final.

Não acho que o Santo André se sobressaiu tanto, diz Tadei
Após derrota para o Santo André por 2 a 0, o auxiliar técnico do Touro do Vale, Mayco Tadei, afirmou não acreditar que o Santo André jogou muito mais do que sua equipe, comandada pelo pai, Vilson. “Foi jogo difícil, equilibrado no meu modo de ver. Não achei que o Santo André se sobressaiu tanto assim, porém conseguiram os dois gols.”
No lance do segundo tento andreense, jogadores e comissão técnica do Barretos criticaram muito a marcação de pênalti. “A TV disse que não foi pênalti. Nós do banco estávamos longe, mas nosso zagueiro (Garutti) até tirou o corpo e o Fernando chegou dobrando as pernas. Nem foi o árbitro quem marcou, foi o bandeira, mas agora não tem como voltar atrás. Ficou difícil, mas não impossível, estaremos em casa, diante de nossa torcida. Portanto, anda temos chance”, afirmou Tadei, que substituiu o pai na coletiva.
FALTOU CHUTAR
A comissão técnica foi unânime em avaliar os motivos pelos quais o time não jogou tão bem quanto poderia, segundo o auxiliar técnico. “Pecamos um pouco ao deixar de finalizar. Tocamos bem a bola a partir da metade do primeiro tempo, e no segundo tempo começamos bem, só que ficamos só na bola parada, assim como o Santo André também, que não teve muitas oportunidades. Faltou também um pouquinho de infiltração.”
DESAFIOS
Para o jogo de volta, na semana que vem, em Barretos, Mayco também destacou o que ele e Vilson Tadei pensam para tentar a reabilitação da equipe na partida de volta. “Difícil sabemos que será, mas teremos o retorno de três jogadores que estavam suspensos (o atacante Wilson Júnior, o zagueiro João Vitor e o lateral-direito William Cordeiro), o grupo se fortalece e precisamos, mais do que nunca, fazer gol. Além disso, não será time afoito, será consciente”, encerrou.




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