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Prainha tem primeiro domingo sem barracas
Maurício Rodrigues
Da Redaçao
22/10/2000 | 20:19
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  Depois de duas décadas, a Prainha, no Riacho Grande, em Sao Bernardo, teve seu primeiro fim de semana sem os barraqueiros. O comércio no local está proibido desde o dia 16. A ordem partiu da Emae (Empresa Metropolitana de Agua e Energia), responsável pelo sistema hídrico da Grande Sao Paulo. Técnicos do órgao avaliaram que a atividade agride e degrada o meio ambiente.

Fiscais da prefeitura estiveram na área para coibir a açao de ambulantes. Mas alguns vendedores conseguiram burlar a fiscalizaçao. "Resolvemos manter o acordo feito com o subprefeito Donizeti (Ribeiro de Macedo) de nao vender nada. Porém é duro ver outras pessoas fazendo isso", lamentou o comerciante Benedito dos Santos, 40 anos, membro da comissao de barraqueiros.

A ausência das barracas foi percebida pelos freqüentadores, apesar do pouco movimento no sábado e domingo. A existência desse tipo de comércio divide as opinioes dos visitantes. Para alguns, o serviço era fundamental para o turista de menor poder aquisitivo. Outras pessoas preferem que a Prainha nao tenha mais os barraqueiros.

Para o vendedor Genildo Martins dos Santos, 39 anos, a Prainha sem os barraqueiros é melhor. "Parece que o ambiente fica mais familiar. Nas barracas tinha muita bagunça. Ficava preocupado de trazer os meus filhos aqui", disse Santos, que mora no bairro de Sapopemba, zona Leste da Capital, e tem dois filhos com idades de 7 anos e 9 anos.

Santos afirmou que gosta de visitar o Riacho Grande. "É um lugar bonito. Quando nao desço para o litoral, venho à Prainha", disse o visitante. A dona de casa Noêmia Novaes, 70 anos, avaliou como negativa a falta das barracas na Prainha. Moradora no Ipiranga, zona Sul da capital, ela freqüenta a área desde 1980. A visitante costuma passar os domingos com os netos no Riacho Grande.

Noêmia explica que isso dificulta o visitante mais humilde. "Venho de ônibus. Nao dá para trazer várias garrafas de refrigerante e mais comida na conduçao. Comer nos restaurantes é muito caro. As crianças vao ficar com fome", comentou a dona de casa.

A Associaçao dos Barraqueiros e o subprefeito do Riacho Grande, responsável pela retirada das barracas, estao negociando a cessao de um novo local para o comércio ambulante na Prainha. O plano é a ocupaçao de uma área pública próxima.

Nesse novo local, as barracas serao abolidas. Os comerciantes deverao atender em trailers padronizados. O número de barraqueiros será reduzido de 24 para 16. A Associaçao é que vai avaliar os barraqueiros mais qualificados para a atividade na Prainha. Segundo Benedito dos Santos, os associados preencheram fichas. Uma nova reuniao com o subprefeito Macedo será marcada para esta semana.




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