O critério principal para a aprovação da empresa como fornecedora dos veículos é o ganho ambiental. Os ônibus da Eletra apresentam redução de 92% de poluentes (fumaça preta) e economia de 20% a 30% de combustíveis em relação aos similares movidos a diesel, segundo dados da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). "A Prefeitura vai analisar várias tecnologias e o mais importante para a escolha é a redução da poluição. Vamos esperar a avaliação do veículo que está em operação no Rio", disse Iêda Maria Oliveira, gerente comercial da Eletra.

Os ônibus seriam utilizados durante os jogos para ligar, por meio de um corredor, os cinco centros esportivos a serem instalados na cidade. Depois, os veículos seriam incorporados à frota do município. Os valores envolvidos nas negociações não foram divulgados. "Não podemos falar em valores neste momento, já que ainda não está nada fechado", disse Iêda.

Os ônibus da Eletra são os primeiros híbridos com tecnologia nacional e funcionam com eletricidade gerada no próprio veículo. O sistema é baseado em um motor a diesel, que opera em sistema fixo de rotação e alimenta um conjunto de baterias para fornecer energia a motores elétricos.

O veículo híbrido deu à Eletra o segundo lugar na categoria Energia da premiação internacional do World Technology Awards, em junho de 2003. A Eletra foi a única empresa brasileira premiada e concorreu com nomes como DaimlerChrysler, Compac, H2Gen e USCar. O ônibus híbrido custa cerca de 40% mais que os ônibus movidos a diesel, mas a sua vida útil é de 15 anos, o dobro dos veículos comuns.

Atualmente, existem 40 híbridos em circulação na RMSP (Região Metropolitana de São Paulo). As unidades estão na frota da Metra, empresa que opera o corredor da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos); nas empresas Autoviação ABC e SBC Trans, de São Bernardo; e na SP Trans, da Prefeitura de São Paulo.

A empresa fechou em maio deste ano o seu maior acordo para exportar 60 sistemas de tração para trolebus para a Stagecoach, da Nova Zelândia, em uma negociação que envolveu US$ 2,8 milhões. O contrato prevê a montagem de kits de gerenciamento e segurança, cabeamento e motor de tração que serão integrados por uma equipe da Eletra a chassis e carrocerias produzidos no mercado da Nova Zelândia.

Mais dez híbridos estão em fase de produção e devem reforçar a frota de São Bernardo nos próximos meses -, oito foram vendidos para a SBC Trans e dois para a Autoviação ABC, em um investimento total de R$ 1,5 milhão.