O anúncio será feito em Tóquio, Paris, Londres e Washington pelo ``Projeto Genoma Humano' (HGP), um consórcio internacional financiado com dinheiro público, que reúne centros universitários de pesquisa de 20 países, sob a liderança dos Estados Unidos.

No entanto, nao se exclui a possibilidade de que a Celera Genomics, uma empresa privada localizada nos subúrbios de Washington, dirigida pelo dinâmico empresário Craig Venter, se associe ao anúncio, segundo informaçoes da imprensa americana.

Tudo começou com a famosa hélice dupla do ADN descoberta por Francis Crick e James Watson, que obtiveram por isso o prêmio Nobel em 1962. Quem poderia acreditar em Francis Crick, quando fez um brinde, no dia 28 de fevereiro de 1953, dizendo que acabava de ``descobrir o segredo da vida'?

O britânico, junto com o colega americano, acabava de descobrir a estrutura do ácido desoxidorribonucléico (ADN), o que permitiu o nascimento da genética moderna.

Tudo o que diz respeito a nós, humanos - nossa estatura, cor de olhos, compleiçao muscular e óssea, a duraçao de nossas vidas- está quimicamente determinado de antemao por esta molécula onde estao encerradas todas as informaçoes necessárias à multiplicaçao de nossas células.

As duas equipes, HGP e Celera Genomics, só conseguiram até agora realizar um esboço, que nao é necessariamente 100% exato, de aproximadamente 90% do código genético humano. Depois da verificaçao de alguns dados, serao necessários de dois a três anos a mais para a versao definitiva.

No momento, nao foi determinada a quantidade exata de genes humanos; as estimativas variam de 30 mil a 150 mil. Mas ainda restam obstáculos enormes: analisar detalhadamente a enorme montanha de signos para poder distinguir uns genes de outros, os que sao essenciais ao crescimento, à vida e à morte do organismo e os que nao desempenham papel de importância.

Segundo alguns cientistas, as perspectivas abertas por esta nova fase da genética têm a mesma importância para a longevidade humana do que teve a descoberta dos antibióticos para a luta contra as doenças contagiosas.

Depois virá o momento de maior emoçao, também o mais perigoso para os investigadores: dizer como utilizar os novos conhecimentos.