Internacional Titulo
Salvadorenho é condenado à morte em Cuba
Do Diário do Grande ABC
01/04/1999 | 13:43
Compartilhar notícia


Mais um salvadorenho foi condenado à morte em Cuba por uma série de atentados a bomba, anunciou nesta quinta-feira o governo de Havana.

Segundo a lei cubana, a sentença de morte imposta a Otto René Rodríguez Llerena será objeto de apelaçao imediata à Corte Suprema, disse o jornal Granma, do Partido Comunista. Foi a primeira confirmaçao oficial da decisao.

A sentença de morte ocorre em meio a um endurecimento das políticas do governo cubano, que nos últimos meses denunciou estar sob crescentes ataques do governo dos Estados Unidos, dos exilados cubanos em Miami e dos oposicionistas políticos na ilha.

O veredicto no julgamento de outro salvadorenho acusado de terrorismo, Raúl Ernesto Cruz León, foi anunciado no mês passado. Essa condenaçao à morte também foi diretamente para apelo na Corte Suprema.

No caso de Rodríguez Llerena, a promotoria tinha pedido de início uma pena de 30 anos, mas depois trocou para a pena de morte quando testemunhas revelaram que ele estava envolvido num plano para atacar locais históricos reverenciados pelos comunistas. Ele confessou ter posto uma bomba no hotel Meliá Cohiba. A explosao em 1997 no vestíbulo do hotel nao feriu ninguém e apenas causou danos materiais. Rodríguez Llerena foi preso no ano seguinte no aeroporto internacional de Havana, quando tentava levar mais explosivos para Cuba.

Entre os locais que os exilados supostamente lhe pagaram para destruir estao o Museu da Revoluçao em Havana, o túmulo do revolucionário Ernesto "Che" Guevara, na cidade de Santa Clara, e a Praça Antonio Maceo em Santiago, dedicada a um herói da guerra de Cuba para se tornar independente da Espanha. "O povo cubano, que por mais de 40 anos tem sido vítima e testemunha de tantas açoes criminosas, está especialmente indignado e irritado pela monstruosidade revelada pelo fracassado complô terrorista", comentou o jornal Trabajadores, do Partido Comunista, em editorial publicado no mês passado.

Durante o julgamento de Cruz León, a promotoria tentou demonstrar que dirigentes da Fundaçao Nacional Cubano-Americana, uma organizaçao de Miami, recrutaram Cruz León e lhe pagaram para pôr bombas em seis locais turísticos. As explosoes mataram um italiano e feriram onze pessoas, dentre elas sete estrangeiros.

Antes de suas alegaçoes finais, a promotoria mostrou um vídeo de uma entrevista à televisao, em que Luis Posada Carriles, membro do grupo de exilados cubanos, admitiu que Cruz León tinha sido contratado por líderes da organizaçao. Mais tarde Posada Carriles se retratou e disse que mentira sobre a participaçao da fundaçao. A organizaçao negou repetidamente que tivesse contratado o terrorista.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;