Política Titulo
CPI dos bancos investiga empréstimo à Encol
Por Do Diário do Grande ABC
23/06/1999 | 00:08
Compartilhar notícia


O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) assinou contratos de financiamento no valor de R$ 113 milhoes com a empreiteira Encol, entre 1993 e 1997, quando a empresa já caminhava para a falência. A construtora ficou inadimplente e o dinheiro nao foi liberado integralmente, mas o BNDES amargou um prejuízo de R$ 28 milhoes.

O caso começou a ser examinado ontem pela CPI (Comissao Parlamentar de Inquérito) dos bancos e fará parte do interrogatório a que o ex-dono da Encol, Pedro Paulo de Souza, será submetido amanha.  "O que espanta é o BNDES ter continuado assinando contratos de financiamento com a Encol mesmo depois de a empresa se tornar inadimplente", disse o senador Saturnino Braga (PSB-RJ). A primeira operaçao da Encol com o BNDES aconteceu em março de 1993, para financiar a construçao do Hotel Renaissance, em Sao Paulo.

O hotel, de 475 apartamentos, foi concluído, mas a Encol nao pagou nada.  O financiamento, de R$ 28,070 milhoes, seria repassado pelo Banespa, mas apenas R$ 10,150 milhoes foram liberados. "O restante foi suspenso pela inadimplência da Encol e pela falta de informaçoes sobre o projeto, em 12 de abril de 1995", afirmou Saturnino.  

Apesar disso, o BNDES já havia assinado, um dia antes da suspensao do financiamento ao Renaissance, outro contrato com a Encol, desta vez sem intermediários, para a construçao do Hotel Atrium Copacabana. Dos R$ 23,9 milhoes contratados, o BNDES só liberou R$ 13,4 milhoes. Por falta de pagamento, o banco bloqueou, em julho daquele ano, a liberaçao do resto do dinheiro e a obra nem sequer foi concluída.  

Três meses depois, em 23 de outubro, o BNDES mais uma vez concordou em emprestar à construtora, usando o BB (Banco do Brasil) como intermediário. O contrato, de R$ 61,020 milhoes, serviria para a Encol montar fábricas de produtos para construçao civil. Em funçao das inadimplências anteriores, o BNDES segurou o dinheiro. Surpreendentemente, em fevereiro de 1997, o BNDES retomou o projeto. Liberou, por meio do BB, R$ 4,75 milhoes e reduziu o valor global do financiamento para R$ 18,920 milhoes. Entregue à Encol em abril, a parcela nao foi honrada.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;