Setecidades Titulo São Bernardo
Moradores enfrentam GCM durante demolição
Por Drielly Gaspar
Especial para o Diário
01/02/2013 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


Quatro famílias que construíam três barracos na favela do Divinéia, em área de manancial na região do Alvarenga, tiveram suas moradias demolidas ontem pela Prefeitura de São Bernardo. Revoltados com o despejo, alguns tentaram, em vão, enfrentar os funcionários da Secretária da Habitação e os 40 GCMs (Guardas-Civis Municipais) que participaram da ação.

Segundo a Prefeitura, os moradores foram notificados no dia 18 a deixarem a área. Como não atenderam à determinação, tiveram seus barracos destruídos. As famílias, que estavam no local há cerca de um mês, confirmam aviso para desocupar a área.

A ação, que durou cerca de uma hora, teve início por volta das 9h30. Os moradores reclamaram por serem os únicos obrigados a abandonar suas moradias. "De que adianta tirar três barracos da área de manancial? Tem de tirar todo mundo", apontou uma das desalojadas, a desempregada Patrícia Horta, 24 anos.

Diante da resistência, as famílias mais antigas do local ajudaram a conter os ânimos para evitar que a confusão fosse maior. "Eles sabiam que isso iria acontecer. Agora vamos nos juntar para ajudá-los", disse a representante dos moradores do Divinéia, Maria Luiza Araújo de Sena, 52.

Ao todo, sete adultos e seis crianças foram despejados. Patrícia morava com o marido, Lucas Antonio de Paula, 21, e os dois filhos, um menino de 8 anos e uma menina de 3, em um dos barracos demolidos. "Me disseram que vão nos mandar para um albergue e meus filhos para um abrigo. Não vou para lugar nenhum sem meus filhos", garantiu Patrícia, que morou por seis meses em albergue no Jardim Silvina.

A dona de casa Severina Sonia Gomes de Carvalho, 51, tem duas filhas, sendo uma delas deficiente. "Para onde vou se me tirarem daqui?", questionou. Ela foi acolhida em casa de vizinhos.

Segundo a Prefeitura, as famílias foram encaminhadas à Sedesc (Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania). A administração informou que o local conta com cerca de 80 moradias precárias e que, conforme a Lei Específica da Billings, de 2009, a área pode ser urbanizada e regularizada. A medida beneficiará apenas os imóveis pré-existentes ao ano de 2006. Por isso, novas ocupações podem inviabilizar o projeto que beneficiará os moradores que têm direito.




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