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Lauro vai procurar Chioro para resolver gargalos na Saúde

Eu não sei falar sobre o Mais Médicos, até porque não chegou na minha cidade, chegou um médico. Se tivesse vindo dez profissionais, eu teria opinião, diz Lauro

Rogério Santos
Do Diário do Grande ABC
02/02/2014 | 07:07
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Celso Luiz/DGABC


Após fechar o ciclo do primeiro ano de governo na Prefeitura de Diadema, Lauro Michels (PV) recebeu a equipe do Diário em seu gabinete para fazer balanço de sua gestão e apresentar projetos futuros. Ao avaliar os primeiros 12 meses de gestão, ele destaca o trabalho realizado para equacionar as dívidas do município, de R$ 803,6 bilhões, segundo dados de 2012 do TCE (Tribunal de Contas do Estado). Lauro disse que está em dia com os fornecedores do Paço, mas reconhece que não conseguirá o quitar o passivo até o fim de 2016, quando termina seu mandato. Para ele, são necessários pelo menos dez anos para liquidar o débito. O verde vai acompanhar a posse do ex-secretário de Saúde de São Bernardo Arthur Chioro, que amanhã assume o Ministério da Saúde e vai aproveitar a passagem pela Capital federal para dialogar com o novo titular da Saúde no País sobre demandas de Diadema no setor, como ampliar a participação do programa Mais Médicos. Atualmente, apenas um profissional atua no município, que pleiteia 45 profissionais na terceira fase do projeto. Lauro também vai apresentar a Chioro o imbróglio que envolve a liberação do terreno para construção da UPA (Unidade de Pronto Atendimento 24 horas) no bairro Piraporinha, cuja área pertence ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Nacional). O chefe do Executivo também mencionou a polêmica que envolveu o reajuste do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), em até 17%, recebendo algumas críticas. Segundo ele, não houve prejuízo aos contribuintes, ressaltando que 35% dos munícipes pagaram o tributo à vista.

DIÁRIO – Qual avaliação o sr. faz sobre o primeiro ano de mandato e qual a principal atribuição do seu governo nesse período?
LAURO MICHELS – O trabalho mais importante que fizemos foi sanear a situação financeira da Prefeitura, organizado o pagamento de fornecedores. Hoje a administração não tem nenhum fornecedor com pagamento atrasado. Adotamos o Refis (Programa de Recuperação Fiscal), que também foi importante para equilibrar as contas. Esse trabalho foi importante nesse primeiro ano de governo.

DIÁRIO – Segundo dados de 2012 do TCE (Tribunal de Contas do Estado), Diadema possui dívida de R$ 803,6 milhões. O sr. acredita que é possível equacionar esse débito até o fim do seu mandato?
LAURO – Temos uma meta de pagamento da dívida, mas não vou pagar a totalidade, vamos renegociá-la, assim como fizemos com a dívida da Saned (Companhia de abastecimento de Água de Diadema) com a Sabesp (que chegou a R$ 1,1 bilhão, mas será quitada por meio de convênio com o governo do Estado).

DIÁRIO – Em quanto tempo é possível equacionar toda a dívida do município?
LAURO – Para quitar um débito do tamanho de Diadema leva de dez a 15 anos. É preciso fazer todo o cálculo do montante, que é uma quantia considerável.

DIÁRIO – Quando será oficializada a transferência da Saned para a Sabesp?
LAURO – Na semana passada estive com o governador (Geraldo Alckmin, do PSDB) e com o (secretário-chefe da Casa Civil) Edson Aparecido. Ele me disse que dia 12 o contrato deve ser assinado.

DIÁRIO – Para conter a saída de médicos da rede municipal de Saúde, o sr. pretende implementar bonificação aos profissionais. Como está esse trâmite?
LAURO – Finalizamos a análise sobre os médicos da rede municipal, que conta com 500 profissionais. Agora estamos formatando as maneiras de bonificação, que sersá em torno de R$ 1.000, para os médicos tiverem o menor registro de falta no mês (Gratificação de Desempenho e Produtividade) e para aqueles que optarem por trabalhar no período de folga (Gratificação de Licença Prêmio),

DIÁRIO – Como o sr. avalia o sistema de Saúde que herdou do ex-prefeito Mário Reali?
LAURO – Aquele era um sistema que só havia receita (médica) e exame, é isso que o (secretário de Saúde) José Augusto (da Silva Ramos) está trabalhando para modificar, fazendo com que o médico acompanhe mais o paciente e de a justificativa dos exames. É um trabalho de humanização na Saúde do município.

DIÁRIO – Diadema só conseguiu um profissional do programa Mais Médicos e pleiteia 45 na terceira fase do programa. Qual sua expectativa?
LAURO – Eu não sei se era possível (conseguir mais profissionais). Eu estou indo para Brasília na segunda-feira, na posse do Arthur Chioro (ex-secretário de Saúde de São Bernardo, que tomará posse no Ministério da Saúde amanhã), já havia falado com o (ex-ministro) Alexandre Padilha sobre isso. Estou levando para o Chioro essas demandas, para ele olhar a cidade com carinho e nos ajudar. Diadema, Mauá e Rio Grande da Serra são cidades pobres em comparação com São Bernardo e Santo André. Tem muita gente carente nessas cidades. Por isso, precisamos de um olhar diferenciado,

DIÁRIO – O sr. acredita que com a ida do Arthur Chioro em Brasília será mais fácil resolver?
LAURO – Acredito que sim, o Chioro é um cara competente, é da região e pode colaborar muito com o Grande ABC.

DIÁRIO – Qual a sua avaliação sobre o programa Mais Médicos?
LAURO – Eu não sei falar sobre o Mais Médicos até porque não chegou na minha cidade, só chegou um (profissional). Se tivessem vindo 10 ou 20 médicos, eu teria um opinião formada para dar, mas, como não chegaram médicos, não tenho avaliação. Não posso me expressar sobre algo que eu não sei. Não fui em outras cidades saber se está dando certo ou não. Eu preciso sentir isso na minha cidade. É uma cobrança que eu faço ao presidente do Consórcio (Intermunicipal do Grande ABC), Luiz Marinho (PT), e agora ao Arthur Chioro.

DIÁRIO – Como está a situação da UPA Piraporinha,que ainda não foi construída porque o terreno que abrigaria a unidade pertence ao INSS?
LAURO – Estou levando essa situação para o Chioro. Com a transferência do Padilha, mudou a situação, que progrediu, mas parou de novo. Está bem encaminhado, precisa agora a assinatura do ministro.

DIÁRIO – A UPA Paineiras está funcionando abaixo da capacidade de atendimento, o que fazer para melhorar?
LAURO – A UPA precisa da cozinha, porque para ter internação lá é preciso ter cozinha. que não foi construída (na gestão anterior, de Mário Reali, do PT), Agora eu não consigo adaptar uma cozinha ali. A UPA tem sentido de UBS (Unidade Básica de Saúde), funcionando até às 22h. Também estamos trabalhando para resolver a situação.

DIÁRIO – Como está a situação sobre a documentação do Hospital Municipal, com relação à transferência da documentação em curso junto ao INSS?
LAURO – Essa é mais uma demanda que estou levando para o Chioro, o Ministério da Previdência doou para o Ministério da Saúde, que precisa passar para o município. São questões burocráticas que não dependem mais de mim. A parte do município já foi feita.

DIÁRIO – Após a polêmica envolvendo o pagamento do IPTU em Diadema, qual a avaliação do sr. sobre o andamento no pagamento do tributo?
LAURO – A margem de pagamento tem sido maior que em anos anteriores, com 35% dos contribuintes pagando à vista, tendo 10% de desconto. Também parcelamos o pagamento em 12 vezes. A confusão que ocorreu por causa do reajuste (até 17%) foi política, direcionada. Não houve discrepância na majoração, o que fizemos foi uma questão de justiça, quem construiu tem que pagar. Além disso, houve imóveis que tiveram valorização.

DIÁRIO – Então não houve prejuízo ao munícipe?
LAURO – Não prejudicamos as pessoas. Mas a PGV (Planta Genérica de Valores, que serve de base para o cálculo do IPTU) precisava ser corrigida, para valorizar a cidade e garantir investimentos.
 




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