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Fundação Santo André preenche somente 7% das vagas para 2019

Instituição realizou apenas 438 matrículas dos 6.090 postos abertos; aulas começam dia 18

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
06/02/2019 | 07:00
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Banco de Dados


 Apenas 7% das vagas disponibilizadas pela FSA (Fundação Santo André) para o ano letivo de 2019, que tem início no dia 18, foram preenchidas – dos 6.090 postos abertos, somente 438 matrículas foram feitas até o momento. Os números, obtidos pela equipe do Diário junto aos funcionários da instituição de ensino superior, são reflexo da crise instalada no centro universitário desde 2015 e intensificada no ano passado, com a chegada de Francisco José Santos Milreu à reitoria.

A FSA nega que a situação seja preocupante e afirma ter 3.000 alunos formalizados para 2019. A justificativa da instituição de ensino superior para o baixo volume de matrículas é que os estudantes têm até 15 de março para efetuar o registro. Embora as aulas tenham início neste mês, o vestibular está com inscrições abertas até 11 de março. Já as rematrículas podem ser concluídas até o fim de fevereiro.

Segundo os professores da instituição de ensino superior, o número de estudantes devidamente rematriculados para 2019 é menor do que o esperado, aproximadamente 863 pessoas. A reitoria, entretanto, afirmou que os registros de pedidos de transferência para outras universidades estão dentro do padrão histórico – em torno de 10% das matrículas.

Ano a ano, a diminuição do número de alunos da FSA se intensifica. Em 2017, por exemplo, havia cerca 4.500 estudantes matriculados na unidade. A baixa procura preocupa os docentes, que afirmam temer o futuro e sobrevivência da instituição, uma vez que em seu auge, no ano de 2007, chegou a ter 12 mil discentes.

Na tarde da segunda-feira, a reitoria convocou reunião para definir abertura, ou não, de novas turmas. Questionada por meio da assessoria de imprensa, a FSA afirmou que há novas salas já confirmadas de direito, psicologia, engenharias e tecnologias, além de cursos rápidos, sem detalhar.

No entanto, os professores também receiam o futuro de algumas graduações, já que cursos tradicionais passarão por análise de continuidade na próxima semana. Dentre eles estão ciências contábeis, pedagogia, letras, matemática, história, sistemas, arquitetura, biologia e química.

O colégio da FSA também sofre consequências da crise institucional. A unidade tem 78 alunos para 2019, sendo 34 novas matrículas.

 

MANIFESTAÇÃO

Os docentes da FSA, junto de integrantes do Sinpro-ABC (Sindicato dos Professores do Grande ABC) participarão amanhã, às 17h, de protesto na tribuna livre durante sessão da Câmara Municipal.

Com o slogan A Fundação Santo André é um Patrimônio do Grande ABC, Vamos Lutar por Ela!, a intenção é denunciar os problemas vivenciados, como atraso no pagamento de proventos, 13º salário integral e FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Uma das lutas dos professores é a reintegração de 35 profissionais demitidos por e-mail em dezembro e suspensão da sindicância que apura 40 contratos de trabalho.

Os profissionais querem pressionar o legislativo para investigar a situação do reitor, Francisco José Santos Milreu, que não está incluso no pente-fino que apura irregularidades nos contratos de trabalho da FSA. Milreu, por sua vez, admitiu ao Diário, no ano passado, que não participou de concurso público para ingressar na instituição, o que é proibido por lei. Posteriormente, ele desmentiu sua afirmativa. A FSA disse que o docente apresentou documentação, entretanto, o reitor se recusa a tornar pública a papelada.




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