Setecidades Titulo Em quatro cidades
Moradores encontram um escorpião por dia

Presença do animal é mais comum no calor e em locais com restos de construção e lixo

Por Aline Melo
04/02/2019 | 07:06
Compartilhar notícia
Nario Barbosa/DGABC


Desde o início do ano, quatro das sete cidades da região registraram 35 ocorrências de aparecimento de escorpiões, média de um caso por dia – Santo André (três), São Bernardo (oito), São Caetano (20) e Diadema (quatro). Apenas um morador, de São Caetano, foi picado pelo aracnídeo neste ano. Comuns em ambientes urbanos, os escorpiões amarelos (Tityus serrulatus) e marrons (Tityus bahiensis) são atraídos para terrenos com entulho, lixo e mato alto, normalmente com grande população de baratas, um dos insetos dos quais se alimentam.

As ocorrências no verão são mais frequentes justamente pela reprodução dos escorpiões, que aumenta nesta época do ano, e pela combinação com ambientes úmidos em locais com lixo. “Os animais estão tão adaptados que não é mais possível saber de onde eles vieram. Muitos já têm como habitat os centros urbanos”, explicou a bióloga Maria Fernanda Zarzuela, especialista em pragas urbanas. Segundo ela, além de mais venenoso, o escorpião amarelo é encontrado em maior quantidade nas regiões Sul e Sudeste do País, porque se reproduz pelo processo de partogênese, ou seja, a fêmea se autofecunda, sem precisar do macho.

O veterinário e professor universitário Celso Martins Pinto detalhou que os escorpiões encontrados devem ser colocados em algum recipiente. Para capturá-los, o morador deve fazer uso de luvas, bastões ou pedaços de pau. Os animais devem ser encaminhados para o serviço de saúde do município para identificação. No Grande ABC, os casos devem ser notificados aos CCZs (Centros de Controle de Zoonoses).

Nenhum equipamento de saúde da região conta com o soro para picadas de escorpiões, utilizado para neutralizar as ações do veneno. Todos os casos – segundo dados do Ministério da Saúde, em 2017, último ano disponível, foram 17 vítimas – são atendidos de acordo com protocolo para picadas de animais peçonhentos e, caso haja necessidade, encaminhadas para o Hospital Vital Brasil, no Instituto Butantã, em São Paulo, referência para esse tipo de tratamento. 

“Nem toda pessoa vai precisar do soro. Tem que ser avaliados o local da picada e a condição geral do paciente”, ressaltou a bióloga. Em crianças de até 5 anos e em idosos as reações costumam ser mais graves, destacou a especialista.

O veterinário discorreu que os primeiros socorros devem ser voltados para o controle da dor local, com lavagem com água e sabão e compressas mornas na região da picada, além de transporte ao hospital, onde será avaliada a necessidade de soro. Notificar as prefeituras sobre o aparecimento de escorpiões em residências e terreno é fundamental, alertou Pinto. “É importante para colaborar com as estatísticas de ocorrências a adoção de medidas preventivas”, declarou. 

Ribeirão Pires e Mauá não tiveram casos e Rio Grande da Serra não respondeu até o fechamento desta edição. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;