Militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ocuparam nesta quarta-feira a Fazenda Guerra, no município de Coqueiro do Sul, região norte do Rio Grande do Sul. A fazenda de 7 mil hectares é uma das maiores do estado e já havia sido ocupada pelo movimento outras duas vezes. Os Sem Terra chegaram às 5 horas, em 60 ônibus, 35 caminhões e 20 carros.

De acordo com um dos coordenadores do MST do Rio Grande do Sul, Edenir Valssoler, a ocupação ocorreu porque os acordos firmados entre o movimento e os governos estadual e federal não foram cumpridos. Também, segundo ele, porque, na última quinta-feira, a maioria das famílias que participam da ocupação foram despejadas de um acampamento, localizado nas margens da rodovia RS 406, no município de Nonoai.

"Nós estamos há três anos vivendo de uma promessa de assentar 2,5 mil famílias que estavam acampadas e até hoje foram assentadas menos de 200 famílias", denuncia Valssoler. "Nós fomos despejados e estamos sem rumo, sem lugar para colocar as famílias. O que nós queremos é produzir alimento. Nós queremos ver esse país e essa região se desenvolver. É por isso que nós estamos aqui".

O coordenador do MST informou que a polícia já está no local mas que não houve confronto. Valssoler destaca que o principal objetivo da ocupação é estabelecer um diálogo com o governo.

"A nossa vontade é que o governo negocie com o proprietário a possível desapropriação dessa área para assentamento”. O movimento avalia que a fazendo Guerra, localizada entre os municípios de Coqueiros do Sul, Carazinho e Pontão, seria suficiente para assentar 350 famílias.