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Fahel Júnior nega ter mágoa por demissão no Santo André

Atual técnico do Netuno lembrou título da A-2 em
2008, dispensa em 2010 e convite para volta em 2012

Felipe Simões
26/09/2016 | 07:00
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Anderson Silva/DGABC


 Fahel Júnior talvez seja, ao lado de Luís Carlos Martins, Roberto Fonseca e Sérgio Soares, um dos técnicos mais ligados aos clubes do Grande ABC. Assim como os pares, o treinador de 52 anos trabalhou em três clubes da região – Água Santa, onde está, São Caetano, nas categorias de base, e Santo André. E, até agora, sua passagem mais marcante foi no Ramalhão, no qual conquistou a Série A-2 do Paulista, em 2008, e montou bom elenco, com atletas como Willians, do Corinthians, e Pará, do Flamengo. E, apesar de sua última passagem, em 2010, não ter tido desfecho positivo, o professor negou que haja alguma mágoa com a equipe andreense.

“Não tenho mágoa nenhuma. Fiquei muito feliz com o acesso do Santo André (à elite estadual em 2016). Esse negócio de mágoa... nossa vida é tão curta, não faz bem”, disse Fahel Júnior. “Dizer que dessa água nunca mais beberei, não posso dizer. Em 2012, me procuraram novamente para voltar, quando eu estava no Rio Claro, mas não aceitei as condições de trabalho”, revelou.

Explica-se: em 2010, a exemplo de sua primeira passagem, entre 2007 e 2008, ele foi contratado para salvar o Santo André do rebaixamento à Série C do Campeonato Brasileiro. Ficou cinco jogos – uma vitória, dois empates e duas derrotas – antes de ser demitido, segundo ele, por desavença com um diretor.

“Não deixaram eu dar continuidade por um imediatismo tremendo. O trabalho do técnico que estava recuperando o clube foi abreviado. Os jogadores estavam comigo e acreditavam no meu trabalho. Infelizmente, a equipe foi rebaixada”, lamentou ele. Mas a memória mais marcante do Ramalhão ocorreu três anos antes. Após passar 15 anos no futebol japonês, Fahel Júnior retornou em 2006 ao São Caetano, onde atuou nas categorias de base. O Santo André viu seu trabalho e, no ano seguinte, o convidou pela primeira vez para ser treinador no Brasil.

"Foi um prazer trabalhar no Santo André. Tirei o clube da situação difícil na Série B do Campeonato Brasileiro, em 2007, com quatro vitórias em cinco jogos. Mantive o time para a Série A-2 do Paulista. Só saiu o Dedimar, que foi para o Juventus. E alguns desses jogadores hoje estão em Flamengo e Corinthians (Pará e Willians, respectivamente) e já rodaram por outros grandes clubes. Estes atletas conquistaram o título da Série A-2 e o acesso (à elite)”, lembrou o treinador, que deixou o clube naquela temporada para dirigir o Ituano. Hoje, já mais experiente, Fahel Júnior acredita que o sucesso que as equipes da região tiveram no passado recente se deveu à organização extracampo.

“A falta de organização administrativa afeta dentro de campo. Você tem que ter segurança para trabalhar. Tantos clubes estão na A-2 há tanto tempo, e, por exemplo, o Água Santa subiu na primeira vez que disputou. Só com organização mesmo. Futebol não é só tática e técnica, uma coisa é ligada à outra para fazer um bom trabalho”, destacou Fahel.

SELEÇÃO
O treinador também elogiou a contratação de Tite para a Seleção principal. “Nós, treinadores brasileiros, fomos muito cobrados por isso (7 a 1 para a Alemanha em 2014). Todos fomos crucificados: não sabemos de nada, não temos estudo. A escolha do Tite foi de extrema importância para melhorar a imagem do técnico brasileiro”, afirmou Fahel.




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