Entre as 32 pessoas que terão a oportunidade de conduzir a Tocha Olímpica em Santo André, uma merece destaque. Mas não, ela nunca foi esportista, jamais subiu ao ponto mais alto de um pódio e, aos 79 anos, nem pretende. Só quer curtir o momento e dividir a honra com as integrantes das equipes que a auxiliam no trabalho de voluntariado na cidade andreense.

Presidente da Federação das Entidades Assistenciais de Santo André, Inezita Awada é voluntária desde 1961 e hoje, na Rua Bernardino de Campos, terá outro desafio pela frente: cumprir os 200 metros determinados pela organização com o símbolos dos Jogos nas mãos. Nada para quem há 20 anos enfrentou câncer e chegou a ser desenganada pelos médicos.

“Estou muito honrada e orgulhosa. Nunca esperei isso na minha vida”, disse a professora aposentada, que ajuda nada mais nada menos do que 50 instituições – são atendidas cerca de 300 necessitados. “É uma recompensa dentro do meu coração e da minha alma. Uma satisfação mesmo. Mas faço questão de deixar claro que essa tocha não é só minha. É nossa (demais voluntárias). Sozinha não conseguiria. Divido com elas.”

Sobre esportes, Inezita disse nunca ter sido muita fã. Praticou somente nos tempos de colégio, como estudante no Américo Brasiliense. “Fiz atividades físicas há 50 anos, depois parei. Não tenho muita paciência. Mas faço exercício. Ando o dia inteiro”, destacou.