No posto de presidente interino desde quinta-feira, Michel Temer (PMDB) cortou quatro ministérios, três secretarias e dois órgãos oficiais ligados à Presidência da República e com status de ministério. Especialistas consultados pelo Diário divergem sobre os resultados e consequências da medida.

O peemedebista extinguiu oficialmente o Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, o da Cultura, o de Desenvolvimento Agrário e o de Comunicação Social da Presidência da República. Além disso, também deixam de existir três secretarias e dois órgãos: dos Portos, da Comunicação Social, da Aviação Civil, a Controladoria Geral da União e Casa Militar. Ele também uniu Pastas como o Ministério da Educação com o da Cultura e o de Ciência, Inovações e Tecnologia com o de Comunicações.

Para a socióloga da UFABC (Universidade Federal do ABC) Maria Caramez Carlotto, o corte de ministérios traça perfil do governo Temer. “O que o senhor Michel Temer está sinalizando é que a aliança social e política que está se articulando em torno do seu governo é ultraconservadora e populista”.

O cientista político e mestre da FGV (Faculdade Getúlio Vargas) Paulo Barsotti questiona a eficiência da medida. “O crescimento de ministérios acontece para contemplar acordos de aliança. Mas a atitude do Temer de reduzir ministérios é simplesmente esdrúxula. Eu gostaria de saber qual é o resultado em termos econômicos e a justificativa em termos de eficiência.”

Por outro lado, para o doutor em Propaganda Política e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie Adolpho Queiroz, a redução de Pastas é extremamente importante e o próprio slogan passa confiança. “Qualquer enxugamento nesse momento é bem-vindo.”