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Aluna de Diadema vai estudar na Rússia
Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
23/04/2016 | 07:00
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A jovem Luara Amigo Martins, 23 anos, está de malas prontas e ansiosa para iniciar sua graduação em Medicina na Europa. Depois de tentativas sem sucesso de ingressar em universidades públicas brasileiras, a moradora de Diadema viu oportunidade de realizar seu sonho na Rússia, na Universidade Médica Estatal de Kursk.

Frustrada com os resultados dos últimos vestibulares em busca de uma vaga entre a carreira mais concorrida do Brasil, Luara já havia desistido da Medicina quando ficou sabendo, por meio do pai, que a instituição russa reserva vagas para estrangeiros. “Foi uma fase difícil, de muita pressão. Durante o cursinho, depois que terminei o 3º ano (do Ensino Médio), engordei 40 quilos. Até que desisti e iria começar a cursar Biomedicina no ano passado”, lembra.

Após envio de currículo e entrevista realizada em Português, em agosto de 2015 veio a notícia tão aguardada. “Fiquei muito feliz quando me aceitaram. Nem sei descrever a sensação”, revela Luara. O embarque está agendado para o dia 11 de maio. Até lá, a estudante corre contra o tempo para organizar os últimos detalhes para a nova vida em local totalmente diferente. “Tive de comprar roupas, porque já emagreci 20 quilos e lá é muito frio.”

Além do clima gelado, com temperatura anual média de 5º C, o futuro lar da jovem demanda aprendizado de idioma e necessidade de adaptação em relação aos costumes e alimentação. No entanto, o que mais preocupa Luara é ficar longe dos entes queridos. “Tenho uma família grande e estamos sempre juntos. Vai ser difícil estar tão distante e sem algum conhecido”, acredita. O segredo, segundo ela, é não criar expectativas para não se frustrar. “Vou ter de aprender a lidar comigo mesma em um lugar diferente e onde não domino a língua.”

Após seis anos de graduação e residência médica na área de Psiquiatria, Luara pretende retornar ao Brasil, onde deseja trabalhar. “Tenho a intenção de mudar um pouco a visão que o brasileiro tem da psiquiatria. Vemos todos os dias na nossa sociedade pessoas com problemas relacionados ao álcool, drogas e casos de depressão. O psiquiatra é o profissional que vai ajudar essas pessoas por meio de remédios”, explica.

Por ter parte subsidiada pelo governo, o curso de Medicina na Universidade Médica Estatal de Kursk sai por cerca de US$ 3.100 (aproximadamente R$ 11,1 mil), incluindo hospedagem e seguro médico, por semestre, valor muito inferior ao praticado nas instituições privadas do Brasil. “Não tenho condições de fazer faculdade paga aqui, então vai ser um sacrifício. Mas vai valer a pena”, confia.

Ao voltar para o Brasil, a estudante terá de submeter o diploma adquirido a processo de reconhecimento em uma universidade brasileira, procedimento padrão. Em 2015, 80% dos formandos passaram de primeira no Revalida, principal sistema de revalidação para os cursos de Medicina concluídos no Exterior. Além disso, desde 2010, o chamado Diploma Único de Estudos Superiores da Europa, do qual a Rússia faz parte, passou a valer conforme o Tratado de Bolonha. Seu objetivo é facilitar a mobilidade dos estudantes e profissionais do Ensino Superior da Europa. 




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